Agência France-Presse
postado em 13/04/2012 12:18
Damasco - Três manifestantes morreram nesta sexta-feira (13/4) pelas mãos das forças de segurança nos protestos de dezenas de milhares de pessoas em toda a Síria, após a implementação de um frágil cessar-fogo. O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) informou a morte de um civil pelos disparos efetuados pelas forças de segurança contra manifestações em Hama (no centro do país), um segundo em Salqine, na província de Idleb (noroeste) e mais um em Nawa (sul). A comunidade internacional deseja, apesar de tudo, aproveitar a tranquilidade constatada na quinta-feira para enviar observadores ao país, com o objetivo de avaliar a aplicação do plano de paz do emissário internacional Kofi Annan, que pediu nesta sexta-feira a criação de "corredores humanitários". Regime e oposição denunciaram violações ao cessar-fogo. Tanques e tropas do Exército continuam nas cidades.
Para os militantes e especialistas, a sexta-feira é um dia teste para o regime, que reprime há mais de um ano o movimento de contestação. O plano de seis pontos de Kofi Annan prevê o fim dos confrontos, a retirada do Exército das cidades e o "direito de manifestar pacificamente. Na quinta-feira, o Conselho Nacional Sírio (CNS), principal coalizão de oposição, convocou manifestações em todo o país para pressionar pela queda do regime do presidente Bashar al-Assad. Segundo o OSDH, combates aconteceram na fronteira com a Turquia.
O general norueguês Robert Mood, líder de uma missão técnica da ONU, chegará nesta sexta-feira na Síria para preparar a viagem dos observadores das Nações Unidas, enquanto um projeto de resolução neste sentido foi apresentado na noite de quinta-feira. O projeto prevê o envio de uma equipe avançada de observadores nos próximos dias. O Conselho de Segurança da ONU poderá aprovar o projeto nesta sexta-feira, informou o embaixador russo Vitali Tchourkine. O texto exige que o governo sírio retire suas tropas e armas pesadas das cidades.
O presidente francês Nicolas Sarkozy disse não acreditar na "sinceridade" de Bashar al-Assad nem no cessar-fogo, reafirmando a necessidade "absoluta de enviar observadores", opinião compartilhada pelos ministros das Relações Exteriores do G8. Na quinta-feira, o OSDH informou a morte de 10 pessoas, entre elas sete civis. Moscou, grande aliado de Damasco, enviará navios para a costa síria, anunciou a agência estatal Ria Novosti.