Agência France-Presse
postado em 13/04/2012 19:15
Washington - O diretório do Banco Mundial recebeu nesta sexta-feira (13/4) a renúncia do candidato colombiano José Antonio Ocampo para a corrida pela presidência do órgão multilateral, informou à AFP um dos diretores da entidade, o brasileiro Rogério Studart. Em sua declaração, reproduzida pela imprensa colombiana, Ocampo anunciou que se retirava por considerar que o processo havia se tornado político e ofereceu seu apoio a outra candidata dos países em desenvolvimento, a ministra nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala."Sua declaração é muito clara sobre suas razões", informou Studart em entrevista por telefone à AFP. "Nesse exercício estou em clara desvantagem pela falta de apoio do governo de meu país e a forma como isso trouxe obstáculos à acumulação de apoios políticos à minha candidatura", disse em sua declaração Ocampo, ex-ministro das Finanças.
Apesar disso, Ocampo afirmou que o processo serviu para criar o precedente de que "a eleição do presidente do Banco Mundial tem que ser diferente", pois declarou que a mesma "está se transformando em uma competição não baseada nos méritos dos candidatos, mas em um exercício de caráter político".
O favorito para ser o novo presidente do Banco Mundial durante os próximos cinco anos é o americano Jim Yong-kim, que poderá ser eleito na próxima segunda-feira em uma reunião do diretório.
Desde que anunciou sua candidatura há duas semanas, Ocampo não conseguiu o apoio do subgrupo de países emergentes mais importantes, formado por Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul (Brics). A Rússia anunciou que ia apoiar Kim.
Studart, que representa Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Haiti, Panamá, Filipinas, Suriname e Trinidade no diretório, limitou-se a afirmar: "o Brasil estava tentando conseguir um candidato comum para os Brics. Outro (país) deu sua própria postura".