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Síria adia negociações com observadores sobre supervisão da trégua

Agência France-Presse
postado em 17/04/2012 16:15
Nova York - O governo sírio adiou nesta terça-feira (17/4) um encontro com os observadores da ONU que devem supervisionar o cessar-fogo, pondo em xeque a mobilização completa da missão internacional no país, informaram hoje fontes diplomáticas.

As negociações ficaram estagnadas e os oito observadores militares das Nações Unidas que estão na Síria ficam impossibilitados de se deslocarem por todo o país para avaliar a suspensão das hostilidades entre o Exército e a oposição armada.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, exortou o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, a dar total acesso a seus obervadores para que possam trabalhar.

"É responsabilidade do governo da Síria garantir a liberdade de acesso e a liberdade de movimento no país a estes observadores", disse Ban durante uma visita a Luxemburgo.

Uma fonte diplomática da ONU assegurou que, se Assad não chegar a um acordo com os observadores no final de semana, o Conselho de Segurança não poderá aprovar o envio completo da missão, composta por entre 200 e 250 pessoas.

"As condições que queremos e de que necessitamos para mobilizar de forma eficaz o restante dos observadores não são cumpridas neste momento", declarou à imprensa a embaixadora americana na ONU, Susan Rice.

"A situação não melhora, a violência continua, o bombardeio de Homs parece se intensificar", ressaltou.

"Acho que existe um risco de que os sírios não aceitem todas as condições" necessárias para o bom desempenho da missão, considerou Rice.

No domingo chegaram a Damasco os primeiros observadores da ONU, que devem supervisionar o cessar-fogo que entrou em vigor no dia 12 de abril como parte do plano de paz apresentado pelo enviado das Nações Unidas e da Liga Árabe, Kofi Annan.

Nesta terça, as tropas do governo seguiam bombardeando as cidades de Idleb (nordeste) e Homs (centro), e a província de Deraa (sul), causando a morte de pelo menos 5 pessoas, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

De acordo com a ONU, mais de 9.000 pessoas perderam a vida -a maioria civis- desde o começo da violenta repressão da revolta popular contra o regime de Assad, há 13 meses.

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