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Líder palestino envia carta a Netanyahu pedindo negociações de paz

postado em 17/04/2012 18:57
Jerusalém - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, recebeu nesta terça-feira (17/4) uma carta de Mahmud Abbas na qual o líder palestino afirma que Israel privou a Autoridade Palestina de "sua razão de ser" e insta o governante israelense a retomar as negociações de paz com base nas fronteiras de 1967.

Netanyahu e seu emissário pessoal Yitzhak Molcho reuniram-se com o negociador palestino Saeb Erakat e com o chefe dos serviços de inteligência da Autoridade Palestina, que entregaram uma carta de Abbas, informaram as duas partes em comunicado.

No entanto, o primeiro-ministro palestino, Salam Fayad, não participou da reunião, ao contrário do anunciado anteriormente por israelenses e palestinos. Uma fonte próxima a Fayad disse antes do encontro que tinha "reservas" sobre a participação do primeiro-ministro palestino.

Para Netanyahu, "Israel e a Autoridade Palestina estão decididos a conseguir a paz".

O primeiro-ministro israelense "enviará uma carta ao presidente Abbas dentro de duas semanas", segundo um comunicado israelense.

"As duas partes esperam que esta troca de cartas ajude a encontrar um caminho para avançar rumo à paz", completa o texto.

Erakat classificou o encontro de "sério". "Netanyahu vai examinar seriamente a carta e responderá em algumas semanas", confirmou o negociador palestino.

Segundo um rascunho da carta de Abbas, o presidente palestino afirma que, "como consequência das ações empreendidas pelos sucessivos governos israelenses, a Autoridade Nacional Palestina já não tem autoridade nem competência significativa no nível político, econômico, territorial e de segurança".

"Em outras palavras, a Autoridade Palestina perdeu sua razão de ser, e se continuar assim, será incapaz de cumprir seus compromissos", completa Abbas.

O presidente palestino pede também a Israel que esclareça "o quanto antes" suas posições em relação a quatro pontos-chave: o princípio de existência de dois Estados, israelense e palestino, com as fronteiras anteriores à guerra de junho de 1967, o fim da construção nas colônias israelenses da Cisjordânia, a libertação de todos os presos palestinos e a anulação das decisões que minam os acordos bilaterais assinados desde 2000.

"Estamos dispostos a retomar imediatamente as negociações no momento em que recebermos uma resposta positiva sobre estes pontos", escreve Abbas.

"A lógica é simples. Se o governo israelense apoia a criação de um Estado palestino, por que constrói no território desse Estado?", questiona o presidente palestino.

"Há muitas coisas que enfraquecem a Autoridade Palestina, mas não existe a possibilidade de dissolvê-la", declarou Abbas ao jornal palestino Al-Ayyam, em entrevista publicada nesta segunda-feira.

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