Agência France-Presse
postado em 18/04/2012 17:40
Cidade do Vaticano - O dossiê para a beatificação do francês Jérôme Lejeune, geneticista, descobridor da anomalia cromossômica que está na origem da trissomia 21 (Síndrome de Down) e amigo de João Paulo II, foi apresentado nesta quarta-feira (18/4) no Vaticano, segundo a agência de informações religiosas I.Media.O professor Jérôme Lejeune (1926-1994) estabeleceu, em 1958, a ligação entre um estado de deficiência mental e a presença de um cromossomo a mais no 21; par, descobrindo assim a trissomia 21.
Sua pesquisa acabou sendo usada para fins que desaprovou, como a descoberta precoce dos embriões portadores de doenças, facilitando sua eliminação pelo aborto. O professor Lejeune decidiu, então, engajar-se na luta contra o aborto, como membro da Academia Pontifical de Ciências em 1974.
Foi nomeado por João Paulo II, em fevereiro de 1994, diretor da nova Academia Pontifical pela Vida, alguns meses antes de seu falecimento.
Havia uma forte amizade com João Paulo II. Durante uma viagem à França, em agosto de 1997, o papa polonês rezou em seu túmulo, na região parisiense.
Monsenhor François Fleischmann, chanceler da diocese de Paris, selou cada uma das 12 caixas com depoimentos sobre as virtudes do geneticista, necessárias nesta fase do processo de beatificação. Elas foram, em seguida, levadas à Congregação das Causas de Santos no Vaticano pelo padre Jean-Charles Nault, da abadia beneditina de Saint-Wandrille (oeste) e postulante da causa.
A fase romana do processo, que pode durar várias décadas, deve começar nos próximos meses.