Renata Tranches
postado em 19/04/2012 09:09
Para ampliar sua projeção internacional, o Brasil precisará investir muito mais do que faz hoje em armamento. O país tem gastos com defesa inferiores aos de todos os membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Na comparação com os quatro parceiros do Brics (Rússia, Índia, China e África do Sul), supera apenas o último. Ainda assim, um relatório anual divulgado na terça-feira pelo Instituto Internacional de Estudos da Paz de Estocolmo (Sipri, por sua sigla em inglês) mostrou que o Brasil está entre os seis grandes investidores globais que reduziram as despesas com material bélico em 2011, por conta da crise financeira ou de ajustes orçamentários. Analistas da área de defesa e estratégia ouvidos pelo Correio são unânimes ao afirmar que a capacidade militar nacional está muito aquém das ambições da diplomacia brasileira.Segundo o relatório do Sipri, a crise global fez com que governos, especialmente no Ocidente, reduzissem os gastos com armas. Em termos mundiais, os números praticamente estagnaram, com um leve aumento de 0,3%. O dado assinala o fim de uma tendência de elevação acentuada, mantida entre 1998 e 2010. ;Os efeitos pós-crise, em particular as medidas para redução do deficit nos EUA e na Europa, acabaram com uma década de aumentos nas despesas militares, ao menos por enquanto;, disse o chefe do Projeto Despesas Militares do Sipri, Sam Perlo-Freeman, por meio de um comunicado. O cenário não impediu, porém, que China e Rússia aumentassem seus gastos. Nem que os americanos continuassem na liderança isolada em investimentos no setor.