Mundo

Série de atentados no Iraque deixam pelo menos 35 pessoas mortas

Agência France-Presse
postado em 19/04/2012 13:45

Bagdá - Pelo menos 35 pessoas morreram nesta quinta-feira (19/4) no Iraque após uma série de atentados em Bagdá e no norte do país, num momento em que aumenta a tensão entre alguns partidos políticos e o primeiro-ministro iraquiano, acusado de querer instaurar uma nova ditadura. Trata-se do balanço mais elevado desde o dia 20 de março, quando 50 pessoas morreram em uma série de atentados realizados em todo o país.

Nesta quinta-feira, em algumas horas, outros 14 carros-bomba e 11 explosivos foram detonados, enquanto ocorriam três atentados suicidas e um ataque armado, segundo fontes policiais e médicas. Em Bagdá, onde morreram 11 pessoas, o atentado mais espetacular foi realizado contra o comboio do ministro da Saúde, o curdo Magid Hamad Amin. O ministro saiu ileso, mas dois transeuntes morreram e nove pessoas ficaram feridas, incluindo quatro guarda-costas de Magid Haman Amin.

Em Baquba, 60 km a nordeste da capital, um camicase provocou a detonação dos explosivos que levava em seu colete na casa de um oficial de polícia, causando a morte do oficial e de quatro familiares, segundo o exército. Na região de Kirkuk, 240 km ao norte de Bagdá, seis bombas explodiram diante das residências dos principais chefes tribais e de membros das forças de segurança, causando a morte de cinco pessoas, incluindo um comandante do exército.

Em Samarra, 110 km ao norte de Bagdá, três membros de uma milícia inimiga da Al-Qaeda e três civis morreram em atentados com carros-bomba contra postos de controle desta milícia. Em Ramadi, 100 km a oeste de Bagdá, uma pessoa morreu e nove ficaram feridas, entre elas quatro policiais, em dois atentados com carros-bomba, segundo a polícia. Esta série de atentados ocorreu em um contexto de tensão política. Vários partidos políticos acusaram o primeiro-ministro Nuri al-Maliki, que ocupa o cargo desde 2006 e atualmente é também ministro da Defesa e do Interior, de quere instaurar uma nova ditadura no Iraque.

Em meados de abril, vários grupos políticos acusaram Maliki de ter propiciado a prisão do chefe da comissão eleitoral, o que foi desmentido pelo primeiro-ministro. A prisão do chefe da comissão eleitoral Faraj al-Haidari, acusado de corrupção, "tem que se realizada respeitando a lei, e não sob a arbitrariedade da ditadura", considerou o líder radical xiita Moqtada Sadr.

Para um deputado da coalizão laica Iraqiya, Haidar al Mulah, Maliki "quer dar a entender que haverá fraudes nas eleições e que as autoridades se vingarão da comissão, o que demonstra que a justiça se tornou um instrumento nas mãos de Maliki". Por sua vez, o primeiro-ministro afirmou que "o Iraque não pode ser governado por uma pessoa, um ditador, um tirano ou um partido".

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação