Agência France-Presse
postado em 19/04/2012 16:31
Paris - O ministro francês das Relações Exteriores, Alain Juppé, afirmou nesta quinta-feira (19/4) que o regime sírio não respeita o cessar-fogo e que acredita que os observadores da ONU precisam de "meios terrestres e aéreos" para cumprir sua missão."A oposição cumpriu suas obrigações no âmbito do plano Annan (...) Os grupos presentes no terreno, cuja coordenação está severamente prejudicada devido à repressão, têm respeitado o cessar-fogo, apesar das provocações do regime sírio", declarou Juppé no início de uma reunião com líderes da diplomacia ocidental e árabe, em Paris.
"Não se pode dizer o mesmo do regime sírio. Ele mantém descaradamente a repressão, que já deixou dezenas de mortos depois da data da entrada em vigor do cessar-fogo", em 12 de abril, acrescentou.
O ministro francês, que fez essas declarações no início da reunião convocada para reforçar a missão de observação da ONU na Síria, acredita que a missão necessita de "centenas de homens, que devem ter os meios terrestre e aéreos" para cumprir seu mandato.
Os observadores precisam ter acesso aos meios "para julgar claramente a eficácia da implementação do plano de Annan", disse.
O ministro francês advertiu que "qualquer passo para trás será catastrófico". "O Plano Annan, é a garantia de paz e liberdade. Seu fracasso será o caminho para uma guerra civil", alertou.
"Nós não podemos esperar. O tempo está se esgotando. Devemos assegurar que os observadores sejam enviados rapidamente e que possam agir sem entraves. Caso contrário, teremos que considerar outras opções no Conselho de Segurança e junto com a comunidade internacional", acrescentou.
O Plano Annan tem como objetivo por fim à repressão da revolta, iniciada há 13 meses e militarizada ao longo do tempo. A violência já custou mais de 11.100 vidas, a maioria civis mortos pelas tropas do regime, de acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
O plano de seis pontos do emissário internacional Kofi Annan prevê, após o cessar-fogo, "um processo político inclusivo, liderado pelos sírios, a fim de responder às preocupações e aspirações legítimas do povo sírio".