Agência France-Presse
postado em 20/04/2012 10:02
Oslo - Anders Behring Breivik, julgado pelo massacre de 77 pessoas ano passado na Noruega, afirmou nesta sexta-feira que não se trata de um caso psiquiátrico e que, em tempos normais, é uma pessoa simpática, e voltou a insistir que deve ser reconhecido penalmente responsável por seus atos. Breivik declarou que é necessário diferenciar o extremismo político da loucura no sentido clínico do termo. [SAIBAMAIS]A questão da saúde mental do extremista, considerado penalmente irresponsável em um primeiro exame psiquiátrico e responsável em uma segunda análise, é central neste processo que deve durar 10 semanas. Também afirmou que é uma pessoa "muito simpática", mas que teve que reprimir suas emoções a partir de 2006 para poder executar os ataques.
Breivik abriu fogo contra jovens que participavam em um evento político na ilha de Utoya e matou 69 pessoas. Horas antes ele detonou uma bomba de quase uma tonelada perto da sede do governo norueguês, que matou oito pessoas. Ele afirma estar em guerra contra "as elites que permitem a islamização da Europa" e admitiu os fatos, mas se recusa a afirmar que é culpado.
Em seu relato, Breivik definiu os fatos como "atos horríveis, atos bárbaros" e explicou no tribunal que pensou em uma "operação suicida" depois de ter esgotado todas as vias pacíficas para promover suas ideias nacionalistas, um fracasso que atribuiu à censura dos meios de comunicação entregues, segundo ele, ao multiculturalismo. Para poder executar o ataque, o extremista de 33 anos afirmou que recorreu a um "mecanismo de defesa" e que "desumanizou" as vítimas, após um treinamento de vários anos. Breivik disse ainda que não é racista e criticou o "racismo antieuropeu" dos meios de comunicação.