Agência France-Presse
postado em 20/04/2012 11:44
Paris - Os candidatos favoritos à presidência da França, o socialista François Hollande e o atual presidente Nicolas Sarkozy, empenharam suas últimas forças no último dia de campanha para convencer os eleitores, antes do primeiro turno da eleição, no domingo (22/4). A partir da meia-noite (19h no horário de Brasília) desta sexta-feira (20/4) já não poderão se pronunciar mais. Até lá, vão correr atrás dos eleitores até o último minuto, com entrevistas a jornais, rádios, televisões e aparições públicas em comícios.[SAIBAMAIS]Para os institutos de pesquisa, o resultado ainda está em jogo. As cinco pesquisas de opinião divulgadas desde quinta-feira apontam François Hollande vencedor do segundo turno, em 6 de maio, com mais de 10 pontos de vantagem sobre Nicolas Sarkozy (até 57% de votos contra 43%, segundo CSA e BVA). No primeiro turno, o socialista aparece à frente em quatro pesquisas (até 30% dos votos de acordo com BVA) e empatado com o atual presidente segundo uma quinta sondagem.
Os candidatos prendem a respiração, mantém a linha e fazem um apelo aos eleitores indecisos (que representam um quarto dos eleitores) para que se mobilizem e votem no domingo. François Hollande, que um ano após o início do seu longo caminho para o Eliseu sente a vitória na mão, continua cauteloso. Embora pareça não duvidar deste "movimento que quer dar à esquerda a responsabilidade do país", ontem, em um comício no sudoeste, deu sua palavra final e disse que o desafio de domingo é colocar na presidência um candidato de mudança.
Nicolas Sarkozy, triunfalmente eleito em 2007 antes de se tornar o presidente mais impopular, continua na disputa. O chefe de Estado, que sofre com a sua imagem de "presidente dos ricos", fez um mea culpa sobre o seu estilo. Ele voltou a levantar o fantasma de uma tempestade econômica na França, em caso de vitória da esquerda. "A Europa está se recuperando, esta é a realidade e não temos margem para erro", alertou.
De acordo com a maioria das pesquisas, a líder da extrema-direita Marine Le Pen subiu para 16% das intenções de votos, à frente do líder da esquerda radical, Jean-Luc Mélenchon. Enquanto o presidente-candidato tenta roubar seus votos, Le Pen advertiu que "votar em Nicolas Sarkozy é votar para alguém que já partiu". Revelação desta campanha, Jean-Luc Mélenchon (com cerca de 13% dos votos) pediu aos indecisos seu voto para permitir que a esquerda radical "ultrapasse a extrema-direita". Quanto ao centrista François Bayrou, que em 2007 chegou em terceiro lugar, denunciou "os demagogos" e "a divisão direita-esquerda".