Agência France-Presse
postado em 20/04/2012 14:24
Bissau - A Guiné-Bissau "defenderá sua integridade territorial" se a ONU decidir enviar a este país uma "força de interposição", advertiu nesta sexta-feira (20/4) o porta-voz da junta que tomou o poder através de um golpe de Estado no dia 12 de abril."Guiné-Bissau não aceitará uma força de interposição porque a situação não a exige. Se enviarem esta força, (o país) defenderá sua integridade territorial", disse o tenente-coronel Daba na Walna durante uma coletiva de imprensa.
A comunidade de países de língua portuguesa pediu ao Conselho de Segurança da ONU o envio de uma força com mandato para "restabelecer a ordem constitucional" no país.
No entanto, o porta-voz da junta considerou que "uma força de interposição significa a existência de beligerantes. Este não é o caso".
Na noite de quinta-feira (19/4), o chanceler de Portugal, Paulo Portas, havia afirmado que "chegou o momento de dizer ;não; ao domínio das armas sobre as urnas" na Guiné-Bissau, uma ex-colônia portuguesa que neste mês sofreu o quarto golpe militar em menos de 15 anos.
O golpe ocorreu pouco mais de duas semanas antes do segundo turno das eleições presidenciais, nas quais Carlos Gomes Júnior era o grande favorito. Gomes Júnior foi preso pelos golpistas, assim como o ex-presidente interino Raimundo Pereira.