Agência France-Presse
postado em 22/04/2012 16:30
Paris - O candidato da esquerda radical, Jean-Luc Mélenchon, que ficou em quarto lugar no primeiro turno da eleição presidencial na França, pediu neste domingo que o atual presidente, Nicolas Sarkozy, seja derrotado em seu confronto com o socialista François Hollande no segundo turno."No dia 6 de maio, sem pedir nada em troca, para derrotar Sarkozy, eu peço a vocês que sejam firmes, como se fossem me levar à vitória na eleição presidencial", disse a seus partidários em Paris Jean-Luc Mélenchon, que obteve entre 10,8 a 11,7% dos votos, segundo as estimativas. "É preciso quebrar o eixo Sarkozy-Merkel na França", acrescentou.
[SAIBAMAIS]Segundo estimativas de votação divulgadas pelas redes de televisão, François Hollande obteve entre 28,4% e 29,3% dos votos, ficando à frente de Nicolas Sarkozy (25,5% e 27%). A candidata da extrema direita, Marine Le Pen, ficou em terceiro, com entre 18,2% e 20%, o maior resultado dessa corrente política.
A candidata ecologista Eva Joly (2 e 2,2%) também pediu neste domingo à noite o voto para François Hollande no dia 6 de maio.
"Nosso povo parece bem decidido a virar a página da era Sarkozy", considerou Mélenchon, analisando os resultados do primeiro turno. "Tivemos razão em concentrar nossa campanha na análise e na crítica radical às propostas da extrema direita. Se não tivéssemos feito isso, talvez o resultado desta noite fosse ainda mais alarmante", ressaltou.
"Nós fomos a nova força política, a única a ter nascido nesta eleição. Somos nós, portanto, que temos as chaves do resultado. Peço a vocês que assumam plenamente esta responsabilidade", disse. Jean-Luc Mélenchon, de 60 anos, foi o fenômeno desta campanha. Este ex-ministro e senador socialista, que se aliou aos comunistas, quer "reorganizar a esquerda", rejeitando o liberalismo e a Europa dos mercados.
Brilhante orador, ele abandonou os salões tradicionalmente utilizados pelos partidos, optando por espaços ao ar livre, reunindo dezenas de milhares de partidários na Praça da Bastilha, em Paris, ou em uma praia de Marselha (sudeste). Suas qualidades fizeram "a esquerda da esquerda" se unir sob o lema "Assumam o poder", com seus apelos ao povo e ataques virulentos contra o neoliberalismo.