Teerã - Os computadores que controlam o setor petroleiro iraniano foram alvos de um ciberataque, que obrigou as autoridades a desconectar da rede seu principal terminal petroleiro e a convocar uma célula de crise, informou a imprensa nesta segunda-feira (23/4).
A agência de notícias Mehr explicou que o principal terminal, localizado na ilha de Jarg, no Golfo, está desconectado da internet desde domingo, assim como várias outras instalações do país.
Segundo a companhia nacional de terminais petroleiros, 90% das exportações de petróleo do Irã passam pelo terminal de Jarg.
A Mehr indicou que esta desconexão "não causou problema algum", nem na produção nem nas exportações de petróleo.
A agência não mencionou suas fontes e nenhum meio oficial confirmou essas informações.
Vários sites, entre eles os sites oficiais do Ministério do Petróleo e da companhia de petróleo nacional NIOC, foram vítimas do ciberataque, efetuado no domingo, informaram a Mehr e outras agências, como a Fars e a Isna.
Nesta segunda-feira à tarde, depois de ter ficado inacessível durante horas, o site do ministério (www.mop.ir) voltou a ficar disponível, mas o mesmo não aconteceu com o da NIOC (www.nioc.ir).
Pela manhã, a Isna informou que o vírus tinha sido concebido para destruir arquivos e danificar os discos rígidos dos computadores.
Um porta-voz do ministério, Alireza Nikzad, confirmou ao site especializado Shana, submetido ao mesmo ministério, que o vírus havia conseguido apagar dados dos servidores oficiais, desmentindo informações contrárias publicadas anteriormente.
"Dizer que nenhum dado foi afetado não é correto. Só os dados relacionados a alguns usuários ficaram comprometidos", indicou o porta-voz.
O Irã foi alvo há dois anos de vários ataques cibernéticos que as autoridades iranianas atribuíram aos Estados Unidos e a Israel, os dois inimigos declarados da República Islâmica.
Em 2010, dezenas de milhares de computadores industriais foram infectados com o vírus Stuxnet, concebido para destruir esses computadores com o objetivo, segundo especialistas, de retardar seu programa nuclear destruindo os motores das centrífugas que enriquecem urânio.