Agência France-Presse
postado em 24/04/2012 16:22
Erevan - Milhares de armênios foram às ruas de Erevan, nesta terça-feira (24/4), por ocasião do 97; aniversário dos massacres de armênios sob o império otomano, o que constituiria um genocídio, segundo a Armênia, mas o termo é rejeitado pela Turquia.Desde o amanhecer, uma multidão dirigiu-se a um memorial no alto de uma colina da capital armênia para depositar flores e acender velas, em memória das vítimas.
"Hoje, nos inclinamos, como muitas outras pessoas no mundo, em lembrança dos mortos inocentes", declarou o presidente armênio, Serge Sarkissian, em comunicado.
Tsovinar Toumassian, 75 anos, foi homenagear o pai que, conta ela, lutou na época para tentar proteger mulheres e crianças das forças turcas.
Se os turcos "não forem obrigados a reconhecer o genocício, eles não o farão jamais. Eles acham que, com o tempo, todo o mundo esquecerá", declarou ela à AFP.
A Turquia rejeita o termo genecídio, apesar de admitir os massacres. A aprovação em janeiro, por deputados franceses, de um texto que previa punir, com um ano de prisão e 45.000 euros de multa a negação de genocídio reconhecida pela legislação, aí compreendido o genecídio armênio, motivou uma crise diplomática entre a Turquia e a França. O Conselho Constitucional francês, no entanto, rejeitou a lei, considerando-a contrária à "liberdade de expressão".
As perseguições aos armênios são comemoradas no dia 24 de abril, data da detenção em 1915 em Constantinopla de mais de 200 intelectuais e dirigentes da comunidade armênia, um acontecimento que marcou o início de uma onda de massacres e de deportações que prosseguiram até 1917.
Para os armênios, o genocídio fez mais de 1,5 milhão de mortos, mas a Turquia admite entre 300.000 e 500.000 mortos.