Agência France-Presse
postado em 24/04/2012 16:52
Boulder - O presidente americano, Barack Obama, viaja por estados decisivos nesta teça-feira (24/4). Ele busca o voto dos eleitores mais jovens, que o ajudaram a chegar à Casa Branca, mas podem não estar mais tão entusiasmados para confirmá-lo no poder.Obama está em uma viagem de dois dias por Carolina do Norte, Colorado e Iowa, três estados que vão ajudar a determinar se ele vai ter direito a um segundo mandato nas eleições de novembro ou se terá de sair da Casa Branca depois de apenas quatro anos.
Sua primeira missão foi pressionar o Congresso a não dobrar os juros sobre empréstimos estudantis em julho, um cenário que sua administração teme poder elevar o custo da faculdade e reduzir a demanda em uma economia fragilizada.
A Secretária de Educação dos Estados Unidos, Arne Duncan, alega que familiares e estudantes já lutam para manter os enormes gastos de cursar uma universidade e que seria prejudicial elevar as taxas de 3,4% para 6,8%.
Pesquisas mostram que essa importante parcela do eleitorado está hoje menos engajada na política desde que a campanha de esperança do presidente bateu de frente com a dura realidade de governar em Washington.
Obama venceu em todos os três estados em 2008, mas, neste ano, eles são obstáculos para sua confirmação na presidência em novembro. Em cada parada, ele irá falar em campi universitários, em busca do interesse dos estudantes em sua reeleição.
Ele venceu na Carolina do Norte por menos de 1% dos votos em 2008, mas esse deve ser o estado com maior risco para o presidente em 2012.
O estado tem um eleitorado tradicionalmente sulista, mas a força jovem de Obama, afro-americanos e eleitores mais instruídos mudaram suas visões políticas nas eleições de quatro anos atrás.
O Colorado deve ser o centro da disputa incerta contra Mitt Romney, o candidato republicano.
Iowa é especial para Obama, que construiu uma política no estado que o conduziu à vitória contra a companheira democrata Hillary Clinton e posteriormente à Casa Branca.
Um assessor de Obama declarou que a administração percebeu que será difícil ter o mesmo número de votos dos jovens e com a mesma força de 2008.
Ele ainda previu que o nível de entusiasmo em relação a Obama deve crescer quando a data da votação se aproximar e as diferenças entre as plataformas dos dois candidatos se tornarem mais claras.
A campanha de Romney, no entanto, assinalou nesta terça-feira que ele vai lutar contra Obama por cada voto jovem, levando o discurso para um contexto maior, baseado na postura econômica do presidente diante da maior crise do país desde a Grande Depressão de 1929.
O presidente conseguiu "enganar um grande número de universitários para apoiar a sua campanha", disse o ex-senador republicano Hank Brown, que já foi reitor da Universidade de Colorado, aonde Obama irá nesta terça-feira (24/4).
"Mas suas promessas foram negadas pelos calouros que votaram nele há três anos e meio - muitos hoje, já formados, estão desempregados como resultados de suas políticas", acrescentou.
Em 2008, ano da sua vitória acirrada contra o candidato republicano, o senador John McCain, Obama obteve 66% dos votos dos eleitores entre 18 e 26 anos.