postado em 24/04/2012 20:22
Brasília ; O aprofundamento das relações na área de defesa entre o Brasil e os Estados Unidos deve ir além do comércio, segundo o ministro da Defesa, Celso Amorim. Para ele, é necessário que o país norte-americano transfira tecnologia e contribua na capacitação de profissionais. O assunto foi discutido nesta terça-feira (24/4) durante reunião entre o ministro brasileiro e o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta.;Se os Estados Unidos têm o interesse de aprofundar as relações com o Brasil, é importante que não seja apenas em relação à compra e venda, mas na capacidade de desenvolver parcerias. O Brasil importa muitas coisas dos Estados Unidos, mas, às vezes, precisa de sistemas mais amplos;, disse Amorim.
Para o secretário norte-americano, os Estados Unidos reconhecem a importância da transferência de tecnologias para o Brasil. ;Aprovamos quase 4 mil licenças de exportação entre 2010 e 2011. Na legislação americana, há requisitos que exigem que nós observemos alguns pontos em relação a essas tecnologias [antes de transferi-las];.
O governo norte-americano cancelou a compra de 20 aviões Super Tucano da Embraer, em fevereiro. Apesar disso, o Brasil continua comprando equipamentos dos Estados Unidos. De acordo com Amorim, três helicópteros, comprados pelo Brasil, chegaram hoje. "Manifestei [ao secretário Panetta] a nossa decepção com o fato dos aviões da Embraer não terem sido comprados. Temos muita certeza da nossa capacidade de competição;.
O impasse em relação à compra de caças para a Força Aérea Brasileira (FAB) também foi discutido entre os ministros. Três empresas ; uma sueca, uma francesa e uma norte-americana ; disputam a preferência do governo brasileiro, que pretende adquirir 36 aeronaves. Segundo Amorim, a decisão será tomada pela presidenta Dilma. ;Não temos um prazo. Compreendo que todos aqueles que apresentaram ofertas estejam ansiosos, é natural, mas a decisão tem de ser tomada de forma segura, coerente com as nossas necessidades e possibilidades econômicas;.
A reunião bilateral inaugurou o chamado Diálogo de Cooperação em Defesa, firmado pela presidenta Dilma Rousseff e pelo presidente Barack Obama. Além da expansão do comércio na área de tecnologia de defesa, foram discutidas questões logísticas, de assistência humanitária e resposta a desastres, cooperação em apoio a nações africanas e segurança cibernética.
Segundo Panetta, o governo norte-americano está desenvolvendo uma estratégia de defesa e um elemento crucial para que isso ocorra é o desenvolvimento de parcerias inovadoras. ;Um país como o Brasil, que representa uma força muito importante para a estabilidade na região, é um parceiro importante;.