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Mesmo com repressão, milhares de sírios saíram as ruas nesta sexta-feira

Agência France-Presse
postado em 27/04/2012 14:20
Beirute - Dezenas de milhares de sírios protestaram nesta sexta-feira (27/4)em todo o país convocados pela oposição, apesar dos disparos de morteiros das forças do governo, afirmou Rami Abdel Rahman, presidente do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Dois manifestantes foram mortos em Aleppo (norte) e na região de Damasco, enquanto uma criança foi morta a tiros enquanto policiais tentavam dispersar os manifestantes em Deir Ezzor (leste), indicou. Três membros das forças de segurança e um desertor também morreram nesta sexta-feira em episódios de violência em todo o país, segundo a mesma fonte.

Na região de Aleppo, as forças de ordem dispararam balas reais para dispersar os manifestantes, e também efetuaram detenções, afirmou Mohammed al-Halabi, um militante no local.

Várias manifestações contra o presidente Bashar al-Assad foram registradas nas cidades desta região, onde o Exército recentemente retomou suas operações militares, acrescentou.

Em Hama (centro), recente palco de fortes bombardeios, e em suas imediações, grandes concentrações foram organizadas, em particular perto dos bairros atacados pelo Exército, apesar da presença de observadores da ONU.

"Há na Síria apenas um comitê de observadores que ajuda os opressores", denunciava uma faixa, segundo um vídeo divulgado por militantes, em referência aos quinze observadores que começaram a ser mobilizados no país, em conformidade com o plano do emissário internacional Kofi Annan.

Em Homs (centro), centenas de manifestantes participaram de uma manifestação no bairro de Al-Waer. "Esta é uma missão de observação do cessar-fogo ou uma missão de observação do fogo?", questionava um cartaz.

"Comitê Annan, por favor, não venha nos ver, você se tornou a fonte de massacres", era possível ler em uma faixa em Hass (noroeste), de acordo com um vídeo postado por militantes.

Militantes e ONGs indicaram nos últimos dias mortos e feridos em diversas cidades após a passagem de observadores da ONU.

No nordeste curdo, em particular em Hassaka e em Qamichli, os manifestantes protestavam contra o regime e bradavam palavras de apoio às cidades atingidas por recentes operações militares.

A Síria está mergulhada desde março de 2011 em uma revolta popular sem precedentes que se militarizou com o passar dos meses frente à repressão mortal efetuada pelo regime. Em 13 meses, a violência deixou mais de 11.100 mortos, segundo o OSDH.[SAIBAMAIS]

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