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Sarkozy corteja eleitorado extremista e deflagra crise no próprio partido

Em desvantagem nas pesquisas para o segundo turno, presidente francês corteja eleitorado extremista e deflagra crise de identidade no próprio partido

postado em 28/04/2012 08:06

A radicalização do discurso e a reconhecida habilidade política de Nicolas Sarkozy não bastaram, até aqui, para reverter o jogo eleitoral na França. A pouco mais de uma semana para o segundo turno, uma nova pesquisa apontou a vitória do socialista François Hollande sobre o atual presidente, com vantagem de nove pontos percentuais. Na iminência da derrota, correligionários da União por um Movimento Popular (UMP) têm criticado Sarkozy pela busca desenfreada do voto de eleitores da extrema direita. Se o mandatário não conseguir a reeleição e sair da vida política, como prometeu, deixará para trás uma UMP muito enfraquecida em comparação a cinco anos atrás, quando ele próprio garantiu que ia ;tirar o complexo; da direita francesa.

;Está sendo feito tudo o que não se deveria, nessa campanha. Fala-se muito de segurança e imigração. Os assuntos deveriam ser o emprego, o protecionismo europeu, medidas sobre o preço da gasolina;, disse à agência France-Presse um ministro, que pediu para não ser identificado. Dominique de Villepin, político formado na UMP e ex-primeiro-ministro, que se tornou desafeto de Sarkozy, também criticou a postura do presidente. ;Tudo está acontecendo como se na França houvesse apenas os eleitores da Frente Nacional (FN, de extrema direita), como se não houvesse outras questões;, escreveu ele, em artigo publicado ontem na versão on-line do jornal Le Monde. Os políticos da UMP temem que a estratégia de Sarkozy os leve a um beco sem saída nas eleições legislativas de junho. Com o crescimento da FN, eles temem perder cadeiras para a ultradireita.

Em desvantagem nas pesquisas para o segundo turno, presidente francês corteja eleitorado extremista e deflagra crise de identidade no próprio partido

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