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Sarkozy chama de "infâmia" acusação sobre sua campanha em 2007

Agência France-Presse
postado em 29/04/2012 12:14
Paris - O presidente francês e candidato à reeleição, Nicolas Sarkozy, chamou, neste domingo, de "infâmia" as acusações do site francês Mediapart sobre um suposto financiamento de sua campanha presidencial de 2007 pelo líder líbio Muamar Kadafi, morto no ano passado.

"É uma infâmia. Quando penso que existem jornalistas que se atrevem a dar crédito ao que disse o filho de Kadafi e seus serviços secretos (...) É uma vergonha que me façam essa pergunta", afirma Sarkozy.

"Cinquenta milhões de euros... por que não 100? Para uma campanha que vale 20. Há que se chegar a uma conclusão: minha campanha foi financiada pelos submarinos paquistaneses, por Kadafi ou pela senhora (Liliane) Bettencourt?", dona da empresa de cosméticos L;Oréal, acrescentou Sarkozy, referindo-se a outras acusações e investigações judiciais sobre suspeitas de financiamento ilegal.

O presidente e candidato lembrou que a muito controversa visita do coronel Kadafi a Paris em dezembro de 2007 fazia parte de uma contrapartida para a libertação, em meados do mesmo ano, das enfermeiras búlgaras e do médico palestino detidos na Líbia. "Vocês esqueceram o porquê de eu o receber? O que aconteceu? Não tive a libertação das seis enfermeiras búlgaras, que foram violentadas e agredidas por Kadafi e seus servos por oito anos, e do médico palestino?", perguntou.

O site francês Mediapart publicou no sábado um documento assinado por um ex-funcionário do governo líbio em que se indica que o regime de Muamar Kadafi aceitou em 2006 financiar com "50 milhões de euros" a campanha presidencial de Nicolas Sarkozy em 2007. Neste documento em árabe, Musa Kusa, então chefe dos serviços de inteligência exterior da Líbia, registrou um "acordo de princípio" para "apoiar a campanha eleitoral do candidato às eleições presidenciais, Nicolas Sarkozy, por uma quantia no valor de 50 milhões de euros".

Em 12 de março, Sarkozy chamou de "grotesco" um eventual financiamento de sua campanha presidencial de 2007 por parte de Kadafi. Kusa foi também ministro das Relações Exteriores de Kadafi, antes de desertar e partir para a Europa.

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