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Ataque suicida contra comboio policial deixa 11 mortos na Nigéria

Agência France-Presse
postado em 30/04/2012 12:05

Kano - Onze pessoas morreram nesta segunda-feira (30/4) no leste da Nigéria quando um suicida explodiu uma bomba durante a passagem de um comboio da polícia, segundo uma autoridade dos serviços de socorro.

"Onze pessoas morreram", entre elas, um policial. "Há 20 feridos", declarou a autoridade, que pediu para não ser identificada.

"Um homem de moto, carregado com uma bomba, lançou-se contra o policial de moto" que escoltava o comboio, declarou o porta-voz da polícia do estado de Taraba, Ibiang Mbaseki.

"A bomba explodiu. O para-brisa do veículo do chefe de polícia ficou em cacos (...). O suicida morreu, assim como outras duas pessoas", disse.

Trata-se de dois transeuntes, afirmou. O policial em moto ficou ferido e foi levado para o hospital.

O ataque não foi reivindicado. "No momento, não desejamos apontar suspeitos. Vamos abrir uma investigação para determinar quem é responsável", afirmou Mbaseki.

No domingo (29/4), foram realizados ataques com armas de fogo e bombas durante duas missas em uma universidade da região norte da Nigéria, com população de maioria muçulmana, provocando quase 20 mortes. Explosões e tiros sacudiram a Universidade Bayero, na cidade de Kano, durante duas missas no campus.

Uma das cerimônias acontecia a céu aberto e a segunda era celebrada dentro de um prédio, mas com parte do público do lado de fora do templo lotado. Segundo um porta-voz militar, o tenente Iweha Ikedichi, os criminosos usaram explosivos e armas de fogo. Os ataques também não foram reivindicados, mas também levam a marca da Boko Haram, um grupo cujo nome significa "A educação ocidental é um pecado".

No início, o Boko Haram pretendia lutar pela instauração de um Estado Islâmico no norte da Nigéria. Mas durante os últimos meses as autoridades perceberam que o movimento é formado, na realidade, por diversas facções, algumas delas muito politizadas e outras extremistas. O governo acredita ainda que vários grupos criminosos atuam sob a fachada do Boko Haram.

A Nigéria, que tem maioria muçulmana na região norte e o sul cristão, foi cenário de vários atentados desde 2009, que deixaram mais de 1.000 mortos. As autoridades atribuem a maioria de Boko Haram. A seita reivindicou os atentados coordenados de 20 de janeiro em Kano que mataram 185 pessoas.

Na quinta-feira passada, nove pessoas, incluindo um homem-bomba, morreram na capital nigeriana, Abuja, e em Kaduna, uma cidade ao norte do país, em dois ataques contra jornais. Esta foi a primeira vez que os meios de comunicação foram alvos de atentados no país, o de maior população na África, com 160 milhões de habitantes. Os ataques não foram reivindicados.

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