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Pequim adverte Washington sobre caso de dissidente cego foragido

Agência France-Presse
postado em 02/05/2012 14:55
Pequim - A China pediu nesta quarta-feira (2/5) que os Estados Unidos parem de "induzir a opinião pública ao erro" em relação ao caso Chen Guangcheng, após uma declaração da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, sobre o compromisso americano com o militante dos direitos civis.

"Os Estados Unidos não devem mais continuar a induzir a opinião pública ao erro, e procurar de todas as formas mascarar e jogar sobre os outros suas próprias responsabilidades neste caso", declarou o porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Liu Weimin, em resposta a um comunicado de Hillary.

"Os Estados Unidos deviam tirar lições deste caso, pensar em sua política e em seus métodos, tomar medidas para evitar a repetição deste tipo de incidente, assim como medidas concretas para proteger as relações sino-americanas em seu conjunto", prosseguiu o porta-voz chinês a algumas horas da abertura de um diálogo estratégico entre chineses e americanos.

Esse diálogo, que será realizado na quinta e na sexta-feira, e do qual participará também o secretário americano do Tesouro, Timothy Geithner, abarca diversos temas econômicos e diplomáticos.

Hillary Clinton havia declarado em seu comunicado que Chen "chegou a uma série de acordos com o governo chinês relativos ao seu futuro, incluindo a possibilidade de dar continuidade aos estudos superiores em um ambiente seguro".

"Fazer de seus compromissos uma realidade é a próxima etapa crucial", considerou ela."O governo dos Estados Unidos e do povo americano se compromete a ficar ao lado de Chen e de sua família nos próximos dias, semanas e anos", indicou ainda.

Em uma primeira declaração, Liu havia ressaltado o descontentamento da China com o refúgio concedido pela embaixada dos Estados Unidos a Chen, que deixou a embaixada após seis dias nesta quarta-feira à tarde.

Aos 40 anos e cego desde criança, Chen Guangcheng fugiu de sua casa em Shandong, onde era mantido em prisão domiciliar há 19 meses. Ele denunciou publicamente na semana passada os maus tratos que sofreu por parte das autoridades locais, dos quais seus parentes também foram vítimas, durante os 19 meses de prisão domiciliar em sua casa em Shandong (leste), em um vídeo divulgado na internet e endereçado ao primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao.

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