Agência France-Presse
postado em 07/05/2012 16:42
Atenas - O líder conservador grego, Antonis Samaras, afirmou nesta segunda-feira (7/5) que tinha fracassado em sua tentativa de formar uma nova coalizão governamental, depois das eleições legislativas de domingo."Fiz tudo o que pude para conseguir resultados, mas foi impossível", disse Samaras, nomeado nesta segunda-feira pelo presidente da Grécia para tentar formar um novo governo, em um momento em que a maioria do novo Parlamento se opõe à atual política de austeridade.
O presidente da Grécia, Carolos Papulias, tinha pedido nesta segunda-feira a Samaras, líder da Nova Democracia (ND), que liderou as eleições legislativas de domingo com 18,85% de votos e 108 cadeiras no Parlamento, para formar um governo, para o qual seria necessário contar com a cooperação de pelo menos outros dois partidos.
Os socialistas do Pasok, ex-aliados do ND no governo de coalizão desde novembro, só obtiveram 13,2% dos votos e 41 cadeiras. Assim, ambos os partidos, que somam 149 cadeiras no total de 300, não têm maioria e precisam de uma terceira formação.
Esta é a dificuldade em formar o governo, já que as outras cinco formações representadas no parlamento - três de esquerda e duas de direita, inclusive a neonazista Amanhecer Dourado (6,9% e 21 cadeiras) - contam com um total de 151 assentos em 300 e se opõem às medidas de austeridade.
O líder da esquerda radical grega Syriza, Alexis Tsipras, já havia se pronunciado contrário a participar de um governo com os conservadores da Nova Democracia.
"Não pode existir um governo de salvação nacional com a direita que assinou medidas de rigor (...) rejeitadas pelo povo" durante a votação de domingo, declarou Tsipras depois de uma reunião com Antonis Samaras, líder da Nova Democracia.
"Os acordos de crédito com a União Europeia e com o Fundo Monetário Internacional (FMI) não são uma salvação, e sim uma tragédia", acrescentou.
"Esgotaremos todas as possibilidades para chegar a um entendimento, principalmente com as forças de esquerda", afirmou.
O grande vencedor das eleições legislativas de domingo foi o Syriza, de Tsipras, contrário ao memorando de acordo da Grécia com os credores do país, que passou a ser a segunda força política do país.
A situação na Grécia segue preocupando seriamente os mercados e seus credores, a UE e o FMI, que decidiram conceder dois empréstimos sucessivos de 240 bilhões de euros ao país, exigindo em troca medidas draconianas de austeridade desde 2010.
A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou nesta segunda-feira que a aplicação das reformas na Grécia tem una "importância essencial" após a derrota dos partidos favoráveis à austeridade nas eleições de domingo no país.
Após o fracasso, o próximo passo deve ser a convocação do chefe de Estado aos líderes de todos os partidos parlamentares para uma última reunião. A Constituição não fixa prazos para esta últimao tentativa de acordo, que pode durar vários dias.