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Esquerda radical grega é responsável por formar hoje governo de coalizão

Agência France-Presse
postado em 08/05/2012 10:11
Atenas- Alexis Tsipras, líder do partido de esquerda radical Syriza, que surpreendeu nas eleições legislativas de domingo (6/5) ao tirar o segundo lugar dos socialistas do PASOK, enfrenta nesta terça-feira (8/5) a delicada missão de formar um governo de coalizão na Grécia.

Depois que o conservador Antonis Samaras, cujo partido Nova-Democracia venceu as legislativas de domingo, fracassou na formação de um governo majoritário pró-austeridade, "o mandato exploratório" para a tarefa corresponde ao segundo partido, de acordo com a Constituição.

O presidente da República, Carolos Papulias, terá uma reunião com Tsipras no início da tarde a respeito.

O Syriza, contrário às medidas de austeridade, obteve 16,7% dos votos nas eleições, o que representou 52 cadeiras no Parlamento, triplicando os resultados na comparação com as últimas legislativas. O partido tem três dias para formar alianças.

Tsipras já advertiu que deseja formar um governo de esquerda para renegociar o plano de saneamento da economia do país com os credores, União Europeia e FMI, para conseguir aliviar as medidas de austeridade. Também pedirá que parte da dívida grega seja anulada.

Mas a tarefa é difícil, depois que o partido comunista KKE rejeitou uma aliança com o Syriza e pelo fato do terceiro partido de esquerda, Dimar, ter recebido apenas 6,1% dos votos, o que representa 19 cadeiras no Parlamento.

Se o Syriza fracassar, "o mandato exploratório" corresponderá ao terceiro partido, neste caso os socialistas do PASOK.

O Syriza integra um bloco contrário ao ajuste heterogêneo da economia e que tem a maioria aritmética no Parlamento, com 151 deputados dos 300, contra 149 do bloco PASOK-Nova Democracia, partidos que aceitaram a austeridade imposta pelos credores do país.

"O país caminha para a catástrofe. Sem um governo de unidade nacional nos próximos dias, novas eleições parecem inevitáveis em junho e a vitória do bloco extremo de Tsipras é evidente", adverte um editorial do jornal Kathimerini.

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