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Com Hollande, diplomacia francesa passa a ter atuação mais discreta

postado em 09/05/2012 09:01
Sarkozy (esquerda) com o sucessor nas comemorações do Dia da Vitória: coincidências à parte, Hollande deve olhar para outras direções na condução da política externa. Agenda presidencial pode impedir o socialista de vir à Rio  20
A chegada do socialista François Hollande ao Palácio do Eliseu, na próxima terça-feira, dará início a um novo compasso na diplomacia da França. Embora Hollande e o atual presidente, Nicolas Sarkozy, tenham coincidências de posição em importantes questões de política externa, diferenças de personalidade sugerem que haverá mudança no modo de conduzir o tema, considerado no país um ;domínio reservado; da Presidência. A começar pela crise na Europa: com a proposta de ser um ;presidente normal;, como ele próprio diz, Hollande tentará desviar de si mesmo os holofotes e trabalhar por projetos que não se concentrem apenas na parceria franco-germânica.

É verdade que a saída do sufoco financeiro e o trato com a poderosa chanceler (chefe de governo) alemã, Angela Merkel, estão no topo da lista de preocupações de Hollande. Mas ele já anunciou que não pretende negligenciar nações menores do Velho Continente. Em uma entrevista ao site slate.fr, dois dias antes da eleição, o socialista questionou a aclamada dobradinha ;Merkozy;. ;Assim como eu acredito em um motor franco-alemão (para a Europa), também questiono a ideia de um duopólio;, afirmou o agora presidente eleito. Ontem, o site do jornal conservador Le Figaro apontou que os diplomatas franceses esperam uma mudança de estilo nas relações internacionais. ;É o fim da diplomacia do megafone;, disse um deles.

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