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Chefe de antinarcóticos dos EUA defende "terceira via" na luta antidrogas

Agência France-Presse
postado em 09/05/2012 14:58
Washington - O diretor do Escritório de Controle Antinarcóticos americano, Gil Kerlikowske, defendeu nesta quarta-feira (9/5) uma "terceira via" na luta antidrogas que conjugue esforços policiais com tratamento de viciados e diminuição da demanda.

Mas reiterou a negativa do governo de Barack Obama à possibilidade de descriminalizar as drogas, durante uma reunião da Comissão Interamericana para o Controle do Abuso de Drogas (CICAD) da Organização dos Estados Americanos (OEA) realizada em Washington.

"Não poderíamos estar mais de acordo com este enfoque da ;terceira via;, o ponto médio, em relação à política de controle de drogas nas Américas. Ao aplicar estas políticas, devemos confiar na ciência, não no dogma", disse Kerlikowske.

O diretor antinarcóticos aplaudiu o debate na última Cúpula das Américas de abril na Colômbia, onde foi citada a busca de novas estratégias contra o narcotráfico e o crime organizado, que deixaram centenas de milhares de mortos na região nas últimas décadas.

"Reconhecemos que é apropriado examinar o que funciona melhor, mas também reconhecemos que as redes criminosas transnacionais não desapareceriam se as drogas fossem legalizadas", disse Kerlikowske.

Os países da região reconhecem que não há uma "solução única" para o problema das drogas, disse.

O funcionário afirmou que é possível reduzir a demanda de drogas nos Estados Unidos, e citou como exemplo a diminuição do consumo de cocaína em 40% e de metanfetaminas em 50% nos últimos cinco anos.

O governo americano busca "mudar nosso enfoque em direção ao problema da droga ao ajudar os profissionais da saúde a reconhecer cedo os indícios e sintomas do vício em drogas, com o objetivo de ajudar os que precisam de tratamento".

O escritório dirigido por Kerlikowske apresentou no mês passado uma denominada Nova Estratégia que reflete a visão na luta antidrogas do governo Obama, que pretende diminuir em 15% o consumo de drogas entre os jovens até 2015.

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