Agência France-Presse
postado em 12/05/2012 10:08
Kiev - Mais de 2.000 ucranianos participaram neste sábado de um congresso da oposição ao ar livre em Kiev para protestar contra o regime do presidente Viktor Yanukovich e exigir a libertação dos opositores detidos, entre eles a ex-primeira-ministra Yulia Timoshenko.Os manifestantes se reuniram em uma praça do centro da cidade convocados por vários partidos da oposição, incluindo o de Timoshenko, que cumpre uma pena de sete anos de prisão e foi transferida nesta semana da cadeia onde se encontra para o hospital, sofrendo com hérnias de disco.
"Liberdade para a Ucrânia! Liberdade para Yulia", lançou Olexandre Turtshinov, o chefe-adjunto do partido da opositora.
Evguenia Timoshenko, a filha da ex-primeira-ministra, leu uma mensagem redigida por sua mãe da prisão na qual expõe seu projeto de reformas políticas para democratizar o país.
"Mamãe, sei que me ouve agora e estou certa de que você estará novamente entre nós", declarou Evguenia com os olhos marejados. A concentração foi transmitida ao vivo por ao menos uma rede de televisão.
Líderes da oposição também apresentaram um plano de ação conjunto visando as legislativas de 28 de outubro, consideradas pelo Ocidente como um teste para o poder ucraniano, muito criticado pelo retrocesso da democracia nesta antiga república soviética.
"Nossa primeira preocupação (depois das legislativas) deve ser a libertação dos prisioneiros políticos como Timoshenko" e seu ex-ministro do Interior, Yuri Lutsenko, lançou um dos deputados, Viatsheslav Kirilenko.
"Este poder já não pode dirigir o país", disse Turtshinov. "Devemos retirar o poder de Yanukovitsh (...) e voltar a colocar a Ucrânia no caminho europeu", acrescentou.
Presa desde agosto passado, Timoshenko foi condenada em outubro a sete anos de prisão por abuso de poder e enfrenta uma série de outras investigações judiciais.
Este caso provocou uma grave crise política nas relações entre Kiev e a União Europeia, que considera que a condenação tem uma motivação política.
Uma dezena de presidentes europeus boicotou uma cúpula prevista para esta semana na Ucrânia.
A Comissão Europeia anunciou, por sua vez, que nenhum comissário viajará à Ucrânia para o Euro 2012 de futebol, co-organizado de 8 de junho a 1 de julho com a Polônia, e vários países europeus ameaçaram fazer o mesmo.