Agência France-Presse
postado em 12/05/2012 15:24
Cabul - Dois homens com uniforme da polícia afegã mataram dois soldados da Força Internacional da Otan (Isaf), neste sábado no sul do Afeganistão, anunciou a Isaf."Estamos cientes do rumor segundo o qual os autores dos disparos pertenciam à polícia afegã. Mas informes operacionais indicam que estes homens eram insurgentes disfarçados de policiais, e não policiais", indicou à AFP um porta-voz da Isaf.
Estas declarações contrastam com a versão divulgada por Mohamad Ismail Hotak, um oficial de segurança da província de Helmand, segundo a qual os assassinos pertenciam "há um ano" ao 5; batalhão da polícia afegã.
Pouco tempo antes, neste mesmo sábado, Farid Ahmad Farhang, o porta-voz da polícia desta província, havia declarado que as duas vítimas, "britânicas", morreram pelas mãos de "dois policiais afegãos em uma base militar comum do distrito de Nahre Saraj (Helmand)".
No momento em que falava com a AFP, Farhang estava ciente de um balanço menos elevado, de um morto e um ferido, ambos britânicos.
"Um insurgente morreu e outro está sendo procurado", disse o porta-voz da Isaf, que não deu mais detalhes sobre as circunstâncias do incidente nem a nacionalidade das vítimas.
O grupo talibã não reivindicou este ataque e Londres ainda não confirmou nenhuma baixa.
Dois outros soldados da Isaf morreram neste sábado no sul do Afeganistão, um na explosão de uma bomba artesanal e outro em um incidente sem ligação com os combates.
Se for confirmado que os atiradores eram policiais, o número de membros da Isaf mortos por tiros das forças afegãs em 2012 subirá para 22.
A questão da segurança dos militares estrangeiros é crítica, enquanto membros da Otan formam militares, policiais e funcionários que deverão assumir a segurança do Afeganistão após a partida das últimas tropas de combate, prevista para o fim de 2014.
A coalizão da Otan, liderada pelos Estados Unidos, chegou ao país em 2001 para combater os talibãs, que nunca foram vencidos.
O grupo extremista, que recorre a atentados suicidas e bombas artesanais, tem expandido suas táticas nos últimos anos, infiltrando rebeldes nas unidades afegãs ou estrangeiras para minar a confiança entre a Otan e as forças locais.
Segundo um relatório da Otan, estes confrontos "estão longe de ser algo raro ou isolado" e "refletem uma ameaça homicida sistemática que tem crescido rapidamente". O texto avalia que as perdas neste contexto chegam a 6%.