Agência France-Presse
postado em 13/05/2012 13:29
Nova York - Para Dominique Strauss-Kahn, ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), as coisas vão de mal a pior um ano depois de sua detenção por ter sido acusado de tentar violar uma camareira de um luxuoso hotel de Nova York.No início do mês, o juiz Douglas McKeon recusou o pedido de imunidade diplomática de Strauss-Kahn. A defesa do ex-diretor do FMI esperava usar esse benefício para arquivar o processo civil contra ele.
Apesar de as acusações terem sido retiradas em setembro, o processo poderá ser retomado. Além disso, o político francês se viu envolvido, em sua volta à França, em um sórdido caso de prostituição que arruinou de forma irreparável sua imagem, somado ainda a uma acusação de tentativa de estupro pela jornalista francesa Tristane Banon. O francês se diz inocente em ambos os casos e declarou que a denúncia da jornalista era uma "versão imaginária e uma calúnia".
Até o escândalo em Nova York, DSK era o candidato do Partido Socialista à presidência de seu país e viu, no domingo passado, um também socialista (François Hollande) chegar à presidência da França, derrotando o presidente em atividade, Nicolas Sarkozy.
A fabulosa vida de poder e privilégios que desfrutou Strauss-Kahn até 14 de maio do ano passado destoam da sua instável realidade.
O ex-homem forte do FMI afirma ser vítima de um complot político orquestrado pelo agora ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, mas esta estratégia não tem lhe rendido muitos resultados.
Até o momento, o escândalo não havia afetado a sua mulher, a jornalista de televisão e rica herdeira Anne Sinclair, que havia lealmente acompanhado seu marido e assumido os milionários gastos aos quais ele teve que fazer frente para pagar advogados, seguranças, investigadores e manter seu luxuoso estilo de vida.
Contudo, agora, a estrela da mulher começa a cair. No primeiro turno das eleições francesas, Sinclair foi contratada como consultora pelo canal BFM-TV, mas o fato não se repetiu no segundo turno.
"Era melhor para todos que ela não estivesse presente", disse o dono do canal, Guillaume Dubois.
Quem tem ficado invisível nos últimos meses é a camareira Nafissatou Diallo, cuja acusação deu o estopim para o declínio de Strauss-Kahn, e que no ano passado concedeu uma série de entrevistas sobre seu caso.
Os advogados de Diallo mantêm em segredo o paradeiro de sua cliente, pois sabem que o processo é de longo prazo. Segundo o juiz do caso, ele pode ser retomado em 15 meses.