Trípoli - Os confrontos armados entre libaneses hostis e favoráveis ao regime sírio deixaram dois mortos e 16 feridos e impediam a mobilização do Exército nesta segunda-feira (14/5) em Trípoli, a grande cidade do norte do Líbano, informou uma fonte dos serviços de segurança.
No total, cinco pessoas morreram e outras 47 ficaram feridas desde o início destes confrontos, na noite de sábado, entre os bairros de Bob el-Tebbaneh, de maioria sunita e hostil ao regime sírio, e Jabal Mohsen, alauita e simpatizante do regime do presidente sírio, Bashar al-Assad.
Estes combates religiosos tendo a crise política na Síria como pano de fundo, frequentes na cidade, explodiram no sábado à noite após um confronto entre o Exército libanês e islamitas que exigem a libertação de um dos seus integrantes, Chadi al-Mawlawi, de 27 anos, suspeito de "terrorismo" pelas autoridades.
No sábado, dezenas de jovens islamitas ergueram um acampamento na entrada de Trípoli e fincaram bandeiras negras sobre as quais escreveram lemas de fé muçulmanos e bandeiras da independência síria, símbolo da rebelião neste país vizinho ao Líbano.
Os jovens, simpatizantes da revolta síria, tentaram se aproximar de um sede do Partido Social Nacionalista Sírio (PSNS), organização libanesa pró-Assad, provocando um tiroteio.
Em várias ocasiões, as autoridades sírias afirmaram que armas e combatentes passavam clandestinamente do Líbano para ajudar os rebeldes que tentam derrubar o regime de Bashar al-Assad, depois de 14 meses de revolta reprimida de maneira sangrenta.
O Líbano está dividido entre a oposição apoiada por Washington e hostil ao regime sírio, e o campo do Hezbollah xiita que domina o governo e que conta com o apoio de Damasco e Teerã.