postado em 15/05/2012 10:04
[SAIBAMAIS]Sem acordo em mais uma tentativa de encerrar o impasse político na Grécia e no esforço para impedir novas eleições em junho, o presidente grego, Carolos Papulias, propôs nessa segunda-feira (14/5) à noite que o novo governo de coalizão seja formado por ;tecnocratas;. Na prática, isso significa que as nomeações não sejam políticas, mas tenham o aval do Congresso. Nesta terça-feira (15/5), há mais uma rodada de negociações entre Papulias e parlamentares.Com dificuldades internas para administrar os impactos da crise econômica, a Grécia enfrenta inflação elevada, aumento no desemprego, impostos altos e a indignação da população. O novo governo de coalizão tem como desafios renegociar a longo prazo as medidas de austeridade impostas ao país pela União Europeia e pelos Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional (FMI).
A ameaça que assusta os gregos é a retirada deles da União Europeia. Os líderes da zona do euro (que reúne os 17 países que adotam a moeda única) sinalizaram que se a Grécia não respeitar as condições do plano internacional de resgate, poderá sair do bloco, mesmo que isso possa desestabilizar a moeda única. Ontem, as bolsas europeias despencaram devido às incertezas na Grécia.
Papulias se reúne hoje com os líderes durante todo o dia. As conversas ocorrerão a portas fechadas. Um dos momentos mais tensos, segundo analistas, será a reunião com o conservador Panos Kammenos - cujo Partido Nacionalista Populista ganhou 33 dos 300 assentos nas eleições do dia 6 e manteve-se distante das últimas negociações.
O presidente se reunirá ainda com os integrantes do Partido Syriza, da esquerda radical, que despontou como segunda força política do país e rejeitou as últimas propostas de Papulias. No entanto, não há encontros marcados para hoje com integrantes do Partido Comunista Extremista KKE e os neonazistas do Amanhecer Dourado.