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Rebekah Brooks está entre os primeiros acusados no escândalo dos grampos

Agência France-Presse
postado em 15/05/2012 16:31
Londres - Rebekah Brooks, a protegida de Rupert Murdoch e ex-conselheira delegada da News International, e outras cinco pessoas se tornaram nesta terça-feira (15/5) as primeiras indiciadas pelo escândalo das escutas ilegais no agora extinto tabloide News of the World.

As seis pessoas, incluindo o marido de Rebekah, Charlie, enfrentarão acusações de "conspiração para obstruir a ação da justiça", três no caso de Rebekah Brooks, anunciou a promotora Alison Levitt.

As acusações, que podem acarretar em penas de prisão, estão todas relacionadas com a investigação policial em curso sobre os grampos telefônicos e subornos de funcionários públicos por parte de empregados do News of the World e, neste último caso, também do Sun, outra publicação da News Internacional, a subsidiária britânica do grupo de Murdoch.

Rebekah Brooks e seu esposo Charlie, um ex-treinador de cavalos que nunca deixou de trabalhar para o News of the World, denunciaram uma "caça às bruxas" contra a ex-rainha da imprensa sensacionalista.

"Não tenho palavras suficientes para expressar minha ira de que as pessoas mais próximas a mim tenham sido presas injustamente", declarou a jornalista em frente ao edifício do escritório de seus advogados.

"À medida que vão surgindo detalhes do caso, as pessoas verão o dia de hoje como uma atração de circo e um desperdício de dinheiro público, resultante desta decisão pobre e injusta", acrescentou, apoiada por seu marido.

Rebekah Brooks, 43 anos, foi diretora do News of the World de 2000 a 2003 e depois do Sun, antes de ser promovida, em 2009, ao comando da News International. Mas ela teve que pedir demissão em julho, dias depois do fechamento do jornal pela onda de indignação provocada pelas novas revelações.

A ambiciosa jornalista, famosa pelo cabelo ruivo, enfrenta acusações por conspirar para ocultar diversos materiais da polícia e tentar retirar caixas dos arquivos da News International em julho de 2011.

Apesar de nunca ter trabalhado para o News of the World, Charles Brooks, 49 anos, foi acusado de obstruir a ação da justiça por "ocultar documentos, computadores e outros equipamentos eletrônicos", de acordo com a promotoria.

Os outros acusados desta terça-feira são a ex-assistente pessoal de Brooks Cheryl Carter, que foi sua fiel colaboradora durante 19 anos, o ex-diretor de segurança da News International, Mark Hanna, o motorista da empresa Paul Edwards e o segurança Daryl Jorsling. Um sétimo suspeito não será acusado.

Todos eles compareceram à polícia para a acusação formal, antes da primeira audiência com um juiz, ainda sem data.

Rebekah Brooks chegou pálida e abatida a uma delegacia do sul de Londres, onde passou duas horas. Há quatro dias ela explicou seu relacionamento com David Cameron na comissão que investiga a ética da imprensa, como o fato de enviar mensagens de texto para o premier com frases como "LOL" (algo como rindo muito) e "lots of love" (com muito amor).

O porta-voz do primeiro-ministro se recusou a comentar as acusações, alegando que seria "inapropriado" comentar sobre uma investigação em curso.

Além da amizade com os Brooks, Cameron foi afetado por ter contratado um ex-editor do News of the World - Andy Coulson - como seu chefe de comunicação durante quase quatro anos após uma primeira investigação sobre grampos, assim como pelos vínculos com a News Corp. de um de seus ministros, Jeremy Hunt, da pasta da Cultura, de quem a oposição exige a renúncia.

Um jornalista do News of the World especializado em temas da realeza e um detetive particular que trabalhava para o tabloide foram condenados a penas de prisão em 2007, ao fim da primeira investigação.

Mas o caso foi reaberto em janeiro de 2011, após as crescentes revelações sobre o tabloide, acusado de ter tido acesso de forma ilegal desde 2000 às mensagens de voz dos telefones de 800 pessoas, incluindo famosos, políticos e vítimas de crimes, com o objetivo de obter informações exclusivas.

No último ano e meio, a polícia prendeu quase 50 pessoas como parte das investigações, as duas últimas nesta terça-feira em Londres, mas as primeiras acusações formais aconteceram apenas agora.

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