Agência France-Presse
postado em 16/05/2012 13:21
Beirute - Ao menos 26 pessoas morreram nesta quarta-feira (16/5) em combates em várias províncias da Síria e em Deraa, no sul, onde foi registrada uma violenta repressão por parte das tropas governamentais, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).Entre as vítimas também estão 15 civis executados de forma sumária pelas forças do regime sírio durante um ataque ao bairro Shammas em Homs, indicou o OSDH. Na localidade de Khan Cheikhoun, em Idleb, cinco pessoas, entre elas uma criança, morreram vítimas da artilharia pesada do Exército, que bombardeou a cidade, informou esta organização, com sede em Londres.
[SAIBAMAIS]Segundo Abu Hamman, um rebelde da região de Idleb, seis observadores de Brasil, Iêmen, Bangladesh, Dinamarca, Marrocos e Holanda foram evacuados da cidade nas últimas horas. Seu veículo foi atingido pela explosão. A oposição síria acusou o regime do ataque contra a ONU. Os observadores "nos perguntaram se podíamos levá-los a um local seguro fora de Khan Cheikhoun, mas não era possível porque a cidade estava cercada pelas tropas do regime", indicou Abu Hamman.
Em Deraa, segundo o OSDH, as tropas do governo atiraram com metralhadoras pesadas contra um acampamento de refugiados palestinos e de deslocados sírios das Colinas de Golã, ocupadas e anexadas por Israel. Quatro pessoas, uma delas um menino, morreram, disse o OSDH.
Nesta quarta-feira, o presidente sírio, Bashar al-Assad, considerou que as eleições legislativas de 7 de maio mostraram que a maioria dos sírios apoia seu regime e a política de reformas de seu governo, em uma entrevista divulgada nesta quarta-feira por uma rede de televisão russa.
Para Assad, o resultado das eleições mostrou que o povo sírio "segue apoiando a política de reformas" e "as instituições do Estado", disse Assad ao canal público Rossia 24. O regime anunciou uma taxa de participação de 51,26%, mas não informou os resultados dos partidos nestas eleições. A oposição e os países ocidentais taxaram as eleições de "farsa".
Após 15 meses de revolta, os combates entre forças governamentais e rebeldes se multiplicam e a repressão continua sendo muito severa. No país há mais de 200 observadores da ONU, encarregados de vigiar uma trégua que é violada todos os dias desde sua teórica entrada em vigor, há mais de um mês. Calcula-se que mais de 12 mil pessoas morreram de forma violenta na Síria desde o início da rebelião, a maioria deles civis.