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Atritos diplomáticos causam polêmica antes de almoço oficial do Jubileu

Agência France-Presse
postado em 17/05/2012 16:48
Londres - O almoço oficial que será oferecido na sexta-feira (18/5) pela rainha Elizabeth II no castelo de Windsor em comemoração a seu Jubileu de Diamante pode ser ofuscado pela polêmica causada pela presença dos reis do Bahrein e da Suazilândia e pela ausência dos monarcas espanhóis.

A rainha Sofía, esposa de Juan Carlos I da Espanha, cancelou sua viagem horas antes de sua partida devido à tensão com o Reino Unido pela visita, em breve, do filho mais novo da soberana britânica, o príncipe Edward, a Gibraltar, e um conflito pesqueiro com essa colônia britânica.

Um porta-voz da Casa Real informou na quarta-feira (16/5) que o governo espanhol considerou "pouco adequado que nas atuais circunstâncias" a rainha participe do almoço, o que a imprensa britânica considerou por unanimidade como uma "vergonha".

O palácio de Buckingham não publicou a lista de convidados do banquete neste castelo próximo a Londres, limitando-se a dizer que é composta por "monarcas soberanos" do mundo e seus cônjuges.

Também não comentou a desistência dos reis espanhóis, depois que o rei Juan Carlos, que seria acompanhado de sua esposa, descartou sua presença, depois das operações a que foram submetidos em abril por causa de uma caça em Bostuana.

Esta foi apenas a última polêmica que rodeia o almoço oficial do 60; aniversário da entronização de Elizabeth II, do qual participarão, além da rainha e de seu marido, o príncipe Philip, outros membros da família real britânica como os dois filhos do príncipe Charles, William, acompanhado de sua esposa Catherine, e Harry.

O maior escândalo foi provocado pela possível presença do rei do Bahrein, Hamad Ben Isa al-Khalifa, cujo regime foi duramente criticado pela violenta repressão a uma revolta que desde fevereiro de 2011 causou dezenas de mortes.

Vários grupos de defesa dos direitos humanos compararam esta visita com a de Muamar Kadafi ou de Saddam Hussein, os antigos líderes da Líbia e do Iraque.

Peter Thatchell, um conhecido militante de direitos humanos, considerou "um escândalo" que o palácio tenha convidado o rei do Bahrein e outros "tiranos reais". "Convidar déspotas manchados de sangue desonra nossa monarquia e mancha as comemorações do Jubileu", acrescentou.

Em abril, as críticas da imprensa e as ameaças de manifestações tinham forçado o herdeiro de Bahrein, o príncipe Salman bin Hamad al-Khalifa, a recusar o convite ao casamento do príncipe William e Catherine. Na foto oficial estará também o rei de Suazilândia, Mswati III, acusado de levar uma vida abastada enquanto sua população morre de fome.

Ontem dezenas de pessoas, entre elas um grupo de suazis que moram em Londres, se manifestaram em frente ao hotel onde ele pode estar hospedado.

Outro chefe de Estado que já se encontra na capital para o evento é o imperador do Japão, Akihito, de 78 anos, que, acompanhado de sua esposa Michiko, visitou tranquilamente nesta quinta-feira o jardim japonês de Holland Park. Os demais devem responder ao convite nas próximas horas.

Depois do almoço, alguns dos convidados continuarão comemorando em um jantar oferecido pelo príncipe Charles, herdeiro do trono, e sua esposa Camila, aos representantes das distintas dinastias no palácio de Buckingham, a residência oficial da soberana em Londres.

Os dois atos marcam as comemorações do Jubileu de Diamante, que lembram os 60 anos da entronização de Elizabeth II, dia 6 de fevereiro de 1952 e que alcançarão seu máximo apogeu no primeiro fim de semana de junho.

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