Agência France-Presse
postado em 21/05/2012 11:21
Finale Emilia - Centenas de pessoas dormiram em abrigos na noite desta segunda-feira (21/5), quando foram sentidas novas réplicas, e cerca de 3.000 permanecem deslocadas após o terremoto que no domingo sacudiu a região de Ferrara, no noroeste da Itália.
Durante a noite foram registradas 24 réplicas de até 3,7 graus na escala Richter após o primeiro tremor de 6 graus que sacudiu a região na noite de sábado para domingo (às 23h de sábado em Brasília) e que deixou seis mortos nesta região industrial e densamente povoada. De acordo com os serviços de emergência, dezenas de pessoas também ficaram feridas após o terremoto e várias casas e monumentos históricos ficaram em ruínas.
Temendo novos desabamentos de construções, centenas de italianos passaram a noite desta segunda-feira em seus carros enquanto outros dormiram em abrigos temporários nos quais as autoridades locais instalaram camas, mesas e cadeiras. As réplicas foram sentidas, principalmente, nas zonas de Mirandola, San Felicia e Finale Emilia, 36 quilômetros ao norte de Bolonha, cidade onde foi registrado o epicentro do primeiro tremor.
[SAIBAMAIS]Após o sismo, o primeiro-ministro Mario Monti antecipou a sua volta à Itália vindo dos Estados Unidos, onde participava de uma cúpula da Otan. O tremor ocorre pouco mais de três anos depois de outro terremoto de magnitude 6,3 que atingiu em março de 2009 a cidade de l;Aquila, deixando 300 mortos e dezenas de milhares de pessoas desabrigadas.
Quatro dos mortos no primeiro tremor eram trabalhadores do turno da noite cujas fábricas desabaram. Dois deles morreram quando estavam trabalhando e o teto de uma fábrica de cerâmicas caiu na cidade de Sant;Agostino. Uma mulher de 37 anos e outra de mais de 100 morreram devido a crises de saúde causadas pelo tremor. Enquanto isso, vários hospitais foram evacuados como medida de precaução.
A televisão italiana exibiu imagens de edifícios históricos, entre eles várias igrejas, em ruínas, assim como carros esmagados sob os escombros. O serviço de proteção civil levou centenas de idosos e pessoas vulneráveis para abrigos improvisados na localidade de Finale Emilia, epicentro do tremor.
O ministro da Cultura destacou como significativos os danos causados ao patrimônio cultural. A região da Emilia-Romagna é uma das mais industrializadas da Itália e abriga tesouros artísticos e arquitetônicos. O centro histórico de Ferrara está na lista do patrimônio mundial da Unesco. O teto de uma capela do século VI na cidade de San Carlo, cuja restauração levou oito anos, desabou e deixou expostas as estátuas de anjos que estavam dentro do local.
O terremoto também provocou o desabamento de um armazém onde estavam guardados queijos de denominação Parmesão e Grana Padano de um valor estimado em mais de 250 milhões de euros, indicou uma autoridade local.