Roma - O governo italiano decretou estado de emergência na região nordeste da península, sacudida na madrugada de domingo para segunda-feira (21/5) por um terremoto que deixou cerca de 5 mil pessoas desabrigadas ou com medo de voltar para suas casas, indicaram nesta terça-feira (22/5) fontes oficiais.
O decreto de emergência foi assinado após a visita do chefe de governo, o economista Mario Monti, à região devastada pelo tremor. O estado de emergência foi aprovado pelo Conselho de Ministros para as regiões de Módena e Ferrara, terá 60 dias de duração e permitirá acelerar os trâmites administrativos para a reconstrução e ajuda aos atingidos. O governo também aprovou um fundo dotado com cinquenta milhões de euros para ajudar os moradores da região, que está entre as mais povoadas e industrializadas da península.
Monti, que antecipou seu retorno à Itália proveniente da cúpula da Otan nos Estados Unidos devido ao terremoto e ao atentado contra uma escola em Brindisi (sul), foi vaiado por algumas pessoas durante o percurso realizado nesta terça-feira (22/5) pelas regiões atingidas. "Ladrões, ladrões, fiquem em suas casas", protestou o morador de uma pequena localidade.
Mais de cinquenta réplicas, de magnitude entre 2 e 3, foram registradas nas últimas 24 horas, o que provoca pavor entre a população, que passou a noite em automóveis parados em estacionamentos de supermercados, em praças públicas ou em abrigos temporários instalados pela Defesa Civil.
"O número de casas consideradas inabitáveis é muito baixo", disse Demetrio Egidi, diretor da Defesa Civil de Emilia-Romana, a região mais afetada pelo terremoto."Quando as pessoas estiverem mais tranquilas, retornarão as suas casas", comentou.
O governo italiano está avaliando as consequências econômicas do terremoto sobre a próspera indústria agropecuária da região, entre as mais desenvolvidas da Europa. "Os danos às empresas não são inferiores a várias centenas de milhares de euros", denunciou em uma nota a Confederação Italiana de Indústrias.
Segundo a entidade, 200 empresas da região foram gravemente afetadas e ao menos 2.000 funcionários ficarão sem trabalho nas próximas semanas. O jornal econômico Il Sole 24 Ore calcula que os danos neste setor chegam a 500 milhões de euros.
A região Emilia-Romana é conhecida por seus produtos de alta qualidade, entre eles cereais, batatas, tomates, uvas para a produção, entre outros, do famoso vinho Lambrusco, assim como o renomado queijo parmesão, o presunto de Parma, mortadela e vinagre balsâmico.