Agência France-Presse
postado em 26/05/2012 09:00
Damasco - A oposição síria pediu neste sábado (26/5) uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU depois que as forças do regime bombardearam a região de Hula (centro) e provocaram a morte de pelo menos 90 pessoas, incluindo 24 crianças. No momento em que a trégua negociada há um mês e meio é violada diariamente, o emissário internacional Kofi Annan se prepara para viajar à Síria no início da próxima semana.Mais de 90 civis morreram desde sexta-feira (25/5) nos bombardeios do Exército sírio contra Hula, na província de Homs, anunciou o diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman. Os bombardeios começaram ao meio-dia de sexta-feira contra os subúrbios de Hula, em particular contra as localidades de Taldo, zona sul da cidade, e Tibeh, zona oeste, e prosseguiram durante a madrugada.
Neste sábado, muitos habitantes de Tibeh e Taldo fugiam para a área central de Hula pelo temor de novos bombardeios. O OSDH denunciou a inação da comunidade internacional e da Liga Árabe, que chamou de "cúmplices do regime sírio no massacre de Hula".
Na sexta-feira, Abdel Rahman questionou o papel dos observadores da ONU mobilizados desde abril para controlar um cessar-fogo amplamente ignorado. "Desde meio-dia falamos dos bombardeios e nenhum dos observadores instalados em Homs se mexeu", afirmou.
Durante a noite, o Conselho Nacional Sírio (CNS), principal coalizão da oposição, anunciou 110 mortes, metade delas de crianças, e exigiu a convocação de uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU para examinar a situação em Hula.
Segundo o OSDH, mais de 100 pessoas morreram em ações das forças do regime de Bashar al-Assad desde sexta-feira, dia que registrou importantes manifestações contra o governo em todo o país, em particular em Aleppo, segunda maior cidade da Síria.