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Cardeal é suspeito de permitir vazamento de documentos secretos do Vaticano

Agência France-Presse
postado em 28/05/2012 11:36
Roma - Um cardeal figura entre as pessoas que vazaram documentos secretos da Santa Sé e teria sido o responsável por manipular Paolo Gabriele, o mordomo do Papa Bento XVI detido na quarta-feira (28/5), que seria apenas um executor, indicou nesta segunda-feira (28/5) a imprensa italiana. A guarda do Vaticano prendeu Gabriele e encontrou documentos confidenciais em sua casa, aproximadamente um mês depois da criação de uma comissão de investigação para esclarecer as indiscrições que desde janeiro afetam o pequeno Estado.

Um livro publicado há oito dias na Itália contém um número sem precedentes de documentos confidenciais sobre numerosos debates internos do Vaticano, como a situação fiscal da Igreja ou os escândalos de pedofilia dentro do movimento dos Legionários de Cristo. Estes documentos revelam as disputas e rancores que existem entre diversos cardeais e autoridades, que acusam uns aos outros e depois recorrem ao Papa para dirimir os conflitos.

Um dos informantes anônimos, interrogado pelo periódico La Repubblica, considera que a pessoa que organizou os vazamentos "atua em favor do Papa". Entre os infiltrados, "estão os que se opõem ao cardeal secretário de Estado Tarcisio Bertone, os que pensam que Bento XVI é muito fraco para dirigir a Igreja, e os que acham que é o momento oportuno para se destacar", disse a mesma fonte anônima.

Segundo esta pessoa, citada pelo Repubblica, o Papa sentiu muito a destituição na quinta-feira do presidente do banco do Vaticano IOR, Ettore Gotti Tedeschi, a quem apreciava muito, até o ponto de começar a chorar, passando a reagir com raiva, dizendo que "a verdade virá à tona". Gotti Tedeschi foi destituído por sua gestão, mas também, segundo fontes vaticanas, porque havia divulgado fora do Santa Sé alguns documentos relativos ao banco.
[SAIBAMAIS]
Segundo os especialistas italianos em assuntos vaticanos citados pela imprensa, o mordomo Paolo Gabriele, um homem que sempre se mostrou muito apegado ao Papa, não parece ser capaz de organizar sozinho o vazamento coordenado de documentos, batizado de "Vatileaks".

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