Agência France-Presse
postado em 28/05/2012 12:45
Londres - Um manifestante interrompeu por alguns momentos nesta segunda-feira (28/5) o depoimento do ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, que foi acusado de crimes de guerra pelo homem, na comissão que investiga em Londres a ética da imprensa em consequência do escândalo dos grampos no tabloide News of the World.Blair, primeiro-ministro de 1997 a 2007, sempre defendeu a decisão de enviar o país à guerra, ao lado dos Estados Unidos, do Iraque em 2003. No depoimento, ele chamou as acusações de "totalmente falsas". Enquanto era retirado da sala, o manifestante se identificou como David Lawley Wakelin, diretor de um documentário antiguerra que tem como título "The Alternative Iraq Enquiry" (O Inquérito Alternativo do Iraque).
A inesperada intervenção relegou ao segundo plano o depoimento de Blair, que defendeu sua "relação de trabalho" com o magnata da imprensa Rupert Murdoch, que viu seu império abalado pelo escândalo no News of the World, uma de suas publicações mais populares até o fechamento em julho do ano passado. Questionado sobre o fato de uma das filhas do magnata ser sua afilhada, ele afirmou que não seria padrinho de um dos filhos de Murdoch em função da relação no cargo.
Os vínculos entre Blair e Murdoch começaram quando o ex-premier ainda era líder da oposição e viajou à Austrália para conversar com os diretores do grupo como parte de uma estratégia trabalhista para tentar mudar a tendência de apoio da empresa aos conservadores. A comissão Leveson, que investiga as relações entre a imprensa e o governo, também destacou nas últimas semanas vínculos estreitos entre o atual governo de David Cameron e dirigentes do grupo de Murdoch.