Rodrigo Craveiro
postado em 02/06/2012 08:00
A exatamente duas semanas do segundo turno das eleições presidenciais, o Egito vive hoje um dos dias mais importantes ; e temidos ; de sua história recente. Por volta das 9h (4h em Brasília), o futuro do país e de Hosni Mubarak, de 84 anos, será decidido quando o juiz Ahmed Refa;at ler o veredicto das três acusações que pesam contra o ex-ditador: participação na morte de 800 manifestantes, durante a Primavera Árabe, entre 25 e 31 de janeiro de 2011; exercício de influência ilegal a favor do empresário Hussein Salem; e atuação em negócios lucrativos de Salem em Israel. Qualquer que seja a sentença lida na Academia de Polícia, a 40km da Praça Tahrir, ela poderá aprofundar a divisão no Egito e direcionar o resultado do histórico pleito.Ahmed Shafiq, ex-premiê de Mubarak, ou Mohamed Morsy, ex-candidato do movimento islâmico Irmandade Muçulmana, ocupará o trono sobre o qual sentou-se o ditador por 29 anos, 3 meses e 28 dias. A segurança para a leitura da sentença é uma preocupação óbvia. Na última quinta-feira, o Conselho Supremo das Forças Armadas (Scaf), no poder desde a queda de Mubarak, suspendeu o estado de emergência, que vigorou por três décadas. Na expectativa de grandes manifestações, hoje, os militares mobilizaram 20 mil policiais e 160 tanques de guerra ; 60 ficarão estacionados ao redor da Academia de Polícia do Cairo.