Agência France-Presse
postado em 04/06/2012 08:39
Damasco - Violentos combates explodiram nesta segunda-feira (4/6) entre as tropas do regime rebeldes na província síria de Idleb, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), um dia depois de Bashar al-Assad reafirmar a determinação de esmagar a revolta.Os combates foram registrados no distrito de Jabal al-Zawiya (noroeste), um reduto da rebelião que sofreu alguns dos mais violentos ataques desde a militarização da revolta popular há 15 meses, segundo o OSDH. O Conselho Nacional Sírio (CNS), principal coalizão da oposição, também anunciou os combates.
Assad, que não admite a magnitude da revolta, afirmou no domingo que "não haverá compromissos na lucha contra o terrorismo". De acordo com o OSDH, 13.400 pessoas morreram de forma violenta na Síria desde 15 de março de 2011, em sua maioria civis, na repressão estatal.
Os atos de violência prosseguem, apesar da presença de 300 observadores da ONU no país, presentes para verificar o respeito ao cessar-fogo anunciado em 12 de abril como parte de um plano de paz elaborado por Kofi Annan, que é sistematicamente violado desde o primeiro dia.
No campo diplomático, Rússia e União Europeia (UE) devem cooperar para encontrar em conjunto uma solução à crise na Síria, afirmou o presidente da UE, Herman Van Rompuy, antes de destacar que as duas partes concordam que o plano de Kofi Annan é o melhor caminho para evitar uma guerra civil neste país.
"Estamos plenamente de acordo que o plano de Annan proporciona a melhor oportunidade para romper o ciclo de violência na Síria e para evitar uma guerra civil", afirmou Rompuy após uma reunião com o presidente russo Vladimir Putin. "Temos que unir esforços para que isto aconteça", completou.
Van Rompuy admitiu que UE e Rússia "podem ter algumas visões divergentes" sobre a situação na Síria, mas afirmou que as duas concordam sobre a necessidade de seguir com o plano de Annan. "Temos que combinar nossos esforços para que isto aconteça e para encontrar uma mensagem comum. Precisamos caminhar para o fim imediato de todas as formas de violência na Síria e para um processo político de transição", disse Rompuy.
Putin não fez referências à situação na Síria, mas citou as divergências com a UE. "Discutimos os principais temas políticos a nível regional e internacional. Isto inclui a Síria, Irã, Oriente Médio e outras regiões", disse. "Nossas posições nem sempre coincidem em cada assunto ou em cada detalhe", completou.