Agência France-Presse
postado em 04/06/2012 12:25
Tiquipaya - Com a eleição, por aclamação, do chanceler boliviano David Choquehuanca como presidente da 42; Assembleia Geral da OEA, começaram nesta segunda-feira (4/6) em Tiquipaya as sessões formais do encontro do organismo internacional."Se não conseguirmos lançar um melhor desenho (para a OEA), possivelmente estaremos assistindo ao fim de uma organização que não quis se salvar", advertiu Choquehuanca, em consonância com o presidente Evo Morales em relação ao fato de a OEA estar diante do dilema de se refundar ou morrer.
"Devemos refundar e ampliar o sistema de direitos humanos, aplicando a Convenção Interamericana a todos os Estados, sem diferenciações de nenhum tipo incorporando os direitos coletivos, como parte dos instrumentos pan-americanos", afirmou o responsável da diplomacia boliviana.
[SAIBAMAIS]
As palavras de boas-vindas às delegações estiveram a cargo do chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, que convocou a "construção de um mundo pluripolar, sem hegemonismos". Embora o tema central da assembleia seja a Segurança Alimentar, a problemática dos direitos humanos e o papel das instituições vinculadas a este assunto, sobretudo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), alcançaram maior relevância.
No dia inaugural, domingo, o presidente Evo Morales questionou o organismo hemisférico, acusando-o de estar a serviço dos interesses dos Estados Unidos. O presidente somou-se assim às críticas feitas em várias ocasiões pelos chanceleres de Equador, Brasil e Venezuela.
Morales foi ainda mais severo ao apontar que o organismo deve ser reformado "para servir aos povos", ou, do contrário, "morre a serviço do império", razão pela qual convidou a "refundar" a organização. O governo dos Estados Unidos apóia as mudanças na OEA e na CIDH, mas rejeita as imposições dos governos, afirmou a secretária de Estado adjunta para a região, Roberta Jacobson.
"Temos muito otimismo, acredito que podemos chegar a um acordo, a um consenso com todos os países, mas não temos a possibilidade de impor mudanças mandatórias", afirmou Jacobson, que comanda a delegação americana em representação da secretária de Estado, Hillary Clinton.