Agência France-Presse
postado em 11/06/2012 10:41
Trípoli - Os quatro membros de uma delegação do Tribunal Penal Internacional (TPI) que foram detidos na quinta-feira na Líbia acusados de espionagem foram colocados em prisão preventiva durante 45 dias, indicou nesta segunda-feira (11/6) um funcionário do gabinete do procurador líbio.[SAIBAMAIS]"Foram colocados em prisão preventiva por 45 dias no âmbito da investigação", explicou a fonte, que pediu para não ser identificada. Ajmi al-Atiri, o chefe da brigada da localidade de Zenten que tem as quatro pessoas sob custódia, indicou que a equipe do TPI, detida até agora em uma casa, foi "transferida no domingo para uma prisão por ordem do procurador-geral".
Segundo o TPI, quatro membros de sua equipe estão detidos desde quinta-feira em Zenten, 170 km a sudoeste de Trípoli, para onde viajaram para se reunir com Saif al-Islam, filho de Muamar Kadhafi, que está sob uma ordem de prisão do tribunal por crimes contra a humanidade durante a revolução no país. A Líbia acusa os membros do TPI de espionagem por terem tentado trocar documentos com o filho do ex-líder líbio. As autoridades líbias querem julgar o filho de Kadhafi, e em maio fizeram uma demanda para contestar a legitimidade do TPI para julgá-lo.
No domingo, o representante da Líbia no TPI, Ahmed Jehani, indicou que foram detidos apenas dois membros do grupo (a advogada australiana Melinda Taylor e sua intérprete libanesa Helen Asaf), enquanto os dois homens, um russo e um espanhol, permaneceram com elas por vontade própria. Atiri não explicou a razão pela qual os dois homens também foram levados à prisão ou se existem acusações contra eles.
O representante líbio também disse que as autoridades estavam pressionando a sua brigada para que liberte os detidos, embora tenha afirmado não ter nenhuma intenção de fazê-lo porque as provas contra eles são "evidentes". Já o porta-voz do governo de transição, Nasser al-Manaa, indicou que as relações da Líbia com a comunidade internacional e o TPI não podem ir "em detrimento dos interesses supremos da Líbia" e que estas relações não podem "ameaçar a segurança nacional".