Agência France-Presse
postado em 11/06/2012 11:43
Guadalajara - Os dois principais aspirantes à presidência do México defenderam uma mudança de rumo no país para superar a pobreza, potencializar a economia e recuperar a liderança na América Latina, em debate realizado no domingo (10/6) e precedido por protestos contra o favorito nas pesquisas.
O candidato que lidera as pesquisas, Enrique Peña Nieto, do opositor Partido Revolucionário Institucional (PRI), assinalou que o México precisa tomar um novo rumo para conseguir a consolidação da democracia, "que não se traduziu em condições de maior bem-estar para os cidadãos".
Por sua parte, o candidato da esquerda, Andrés Manuel López Obrador, segundo nas pesquisas, pediu a seus compatriotas que votem sem medo da mudança e prometeu reformar um "regime que já apodreceu, que é caduco e que precisa de uma renovação". O debate foi realizado em Guadalajara (oeste), a segunda cidade do país.
[SAIBAMAIS]Mais de 90 mil pessoas que apóiam o movimento estudantil #Yosoy132 protestaram no contra Peña Nieto. Jovens de várias universidades do país, públicas e privadas, assim como organizações da sociedade civil, tomaram a avenida Reforma, a principal da Cidade do México, vindos do Zócalo - coração da capital - apenas horas antes de iniciado o debate dos quatro candidatos presidenciais.
Segundo cifras da secretaria de Segurança Pública da capital, a marcha transcorreu de forma pacífica e concentrou 90.000 manifestantes. O movimento #Yosoy132 surgiu em 11 de maio, na Universidade Ibero-americana (privada), uma das mais exclusivas do México, onde Peña Nieto foi vaiado pelos estudantes e teve que sair em meio a gritos.
Peña Nieto tem uma preferência de voto de 43,6%, segundo a última pesquisa da empresa Mitofsky. É seguido por Andrés Manuel López Obrador, que reúne os partidos de esquerda no Movimento Progressista, com 29,2%; Josefina Vázquez Mota, do oficial Partido Ação Nacional (PAN), com 25,3%; e Gabriel Quadri, da Nova Aliança, com 1,9%.
O protesto, que faz parte de uma crescente onda de descontentamento social no país frente às eleições presidenciais de 1; de julho, mostrou sua clara desaprovação ao PRI, que governou por 71 anos.