postado em 12/06/2012 08:02
Na reta final das eleições presidenciais do Egito, a perda de apoio do candidato Ahmed Shafiq, ex-premiê do governo deposto e o rápido agravamento do estado de saúde do ex-presidente Hosni Mubarak deixam o país cada vez mais distante da sombra do regime ditatorial. Ambos representantes do antigo governo se encontram em situações delicadas. Enquanto fontes do hospital penitenciário afirmam que Mubarak estaria em coma profundo, depois de sofrer duas paradas cardíacas, ontem, Shafiq enfrenta uma semana crucial. Ele precisará recuperar os votos perdidos após a condenação do ditador e enfrentar, na quinta-feira, o julgamento da validade de sua candidatura.
Mesmo que Shafiq continue na disputa após a deliberação, pesquisas de boca de urna apontam para a queda vertiginosa de apoio ao candidato nas últimas duas semanas, de acordo com a agência de notícias egípcia Mena. Especula-se que a revolta causada pelas condenações consideradas brandas aos criminosos do antigo regime tenha revigorado o espírito revolucionário do povo e aumentado a aversão ao aliado de Mubarak. ;Como diria um antigo ditado árabe, a pessoa de boa-fé não coloca a mão no buraco da cobra duas vezes seguidas. Shafiq representa a cobra venenosa. E, se Mubarak morrer antes do segundo turno, ele perderá ainda mais apoio, pois o povo vai dizer que, se a justiça do homem falhou, a divina se fez valer;, afirmou ao Correio o egípcio Mohamed Ezz el-Din Mostafa Habib, professor e vice-presidente do Instituto de Cultura Árabe.