Agência France-Presse
postado em 12/06/2012 11:42
Cidade do Vaticano - A posição do Vaticano sobre Jerusalém Oriental não mudou, indicou nesta terça-feira (12/6) o negociador da Santa Sé, ao responder às inquietações palestinas sobre um reconhecimento implícito a Israel da parte oriental da cidade de Jerusalém."A posição da Santa Sé não mudou", declarou o monsenhor Ettore Balestrero à Rádio Vaticano ao término de uma reunião da comissão Santa Sé-Israel, na qual foi abordado o pedido israelense de que sua legislação seja aplicada à parte oriental de Jerusalém, ocupada desde 1967, o que violaria o direito internacional. Os palestinos temem que a Santa Sé aceite a aplicação desta legislação.
A comissão conquistou "um progresso substancial" para chegar a um acordo sobre as propriedades da Igreja católica na Terra Santa, sem chegar a assiná-lo, disse a mesma fonte. A próxima reunião da comissão foi fixada para o fim de dezembro em Jerusalém.
"Há bastante tempo estabelecemos que são negociadas apenas as propriedades que não se encontram em Jerusalém Oriental nem na Cisjordânia para conseguir assinar um acordo", explicou Balestrero. Para o religioso, vice-secretário vaticano para as relações com os Estados, "a confusão" e "o alarme" nasceram porque se baseiam em um instrumento de trabalho "superado" há algum tempo, comentou.
A imprensa local informou sobre um projeto de acordo entre a Santa Sé e Israel que terminava por reconhecer indiretamente a anexação por parte de Israel de Jerusalém Oriental e que inclui a Cidade Velha e alguns dos principais locais religiosos (Santo Sepulcro, Esplanada das Mesquitas/Monte do Templo e Muro Ocidental).
A posição da Santa Sé sobre Jerusalém Oriental não mudou, "o que foi reiterado no acordo básico entre a Santa Sé e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP)" e "será de novo assinado no acordo global com a OLP em processo de elaboração", disse Balestrero.
Desde 1999, o Vaticano e Israel negociam um acordo sobre as propriedades da Igreja católica, a exoneração de impostos pelas atividades comerciais nas comunidades cristãs e o status jurídico em geral da Igreja católica.