Agência France-Presse
postado em 12/06/2012 12:18
Túnis - Grupos formados por extremistas islâmicos e vândalos provocaram distúrbios na madrugada desta terça-feira (12/6) em vários pontos da capital da Tunísia e relançaram as dúvidas sobre se foram ações organizadas.
Os ataques contra prédios administrativos e os confrontos com as forças de segurança ocorreram à noite nos vários bairros populares de Intilaka, Etadhamen e Esijumi, no oeste da Tunísia, e também nas zonas ricas da periferia norte, como La Marsa, Cartago e El Kram.
[SAIBAMAIS]Os grupos eram "mistos", com "pessoas do movimento salafista e com vândalos", disse um porta-voz do ministério do Interior, Khaled Tarruche, que indicou que ocorreram 50 prisões e que sete policiais ficaram levemente feridos. Várias testemunhas no local falaram da presença de "barbudos" e de "vândalos" misturados nos mesmos grupos. O incidente mais grave ocorreu em Esijumi, onde atacaram o tribunal e incendiaram o gabinete do procurador.
O ministro da Justiça, Nurredin Bhiri, denunciou "um ato terrorista" e prometeu que os culpados "iam pagar caro", em declarações à rádio Shems FM. A violência também afetou os bairros populares de Etadhamen, onde um posto da guarda nacional foi incendiado, e de Intilaka, onde havia tensão na manhã desta terça-feira.
Os incidentes podem estar relacionados a uma exposição intitulada "A Primavera das Artes" em La Marsa, que expõe obras que os salafistas consideram obscenas. O movimento salafista, cujos atos estão sendo cada vez mais violentos nos últimos meses, pode estar por trás dos incidentes, que ocorrem apenas dois dias depois de uma convocação do líder da Al-Qaeda Ayman al-Zawahiri pedindo aos tunisianos que se levantem para exigir a aplicação da sharia.