Agência France-Presse
postado em 12/06/2012 16:00
Washington - O presidente americano Barack Obama quer consolidar seu caminho para a reeleição depois de uma semana movimentada, com destaque para as suas propostas econômicas e depois de atrair milhões de dólares para os cofres de campanha, antes das eleições de novembro. Obama foi atingido na semana passada por uma onda de más notícias econômicas, que se acentuaram após afirmar que o setor privado americano estava "indo bem".[SAIBAMAIS]Assim, com a campanha intensificada, o presidente tenta se consolidar nos estados que poderiam decidir o seu destino.
Na segunda-feira (11/6), Obama deu entrevistas a oito emissoras locais, sete das quais em estados sem apoio partidário definido, onde argumentou que só ele seria capaz de apoiar a classe média, gravemente ferida.
"Estas eleições vão nos dar duas opções claras: a de seguir um caminho onde a única maneira de crescer é reduzir os impostos para os ricos, retirando regulamentações ambientais, ou tomar o caminho de uma abordagem equilibrada de redução de déficit", disse Obama à KKTV-TV do Colorado (centro). "Nós asseguramos que vamos realizar investimentos em áreas como a educação, que nos garantem competitividade a longo prazo", acrescentou.
Embora a imprensa nacional deboche das viagens para Washington de equipes de notícias locais, Obama conseguiu uma cobertura valiosa dos meios de comunicação regionais, através dos quais muitos americanos se informam. Os sites locais postaram fotos de seus apresentadores desfrutando dos passeios pela Casa Branca, entrevistando funcionários e fotografando o cão presidencial Bo, antes mesmo de transmitir seus breves encontros com Obama.
O presidente mira estados-chave como Colorado, Flórida (sudeste), Wisconsin (centro-norte), Nevada (oeste), Iowa (centro-norte) e Virgínia (leste) para suas entrevistas, nas quais anunciou um investimento para pequenas empresas rurais de 2 bilhões de dólares. Caso consiga a maioria dos votos nesses estados, Obama pode assegurar um segundo mandato, depois de uma campanha apertada dominada pela crise econômica e a lenta criação de emprego.
Na terça-feira (12/6), Obama vai apontar suas armas para Baltimore (Maryland, nordeste) e Filadélfia (Pensilvânia, nordeste), uma semana depois de ser noticiado que o candidato republicano, Mitt Romney, conseguiu acumular 76 milhões de dólares em maio, excedendo os 60 milhões do presidente.
Obama volta aos grandes palcos de arrecadação na quinta-feira (14/6), durante um evento em Nova York organizado pela atriz Sarah Jessica Parker. Também na quinta-feira (14/6), o presidente irá para outro campo de batalha, Ohio (nordeste), onde a recessão afetou a classe trabalhadora e onde ele deve convencer de que é quem melhor entende as necessidades dos americanos comuns.
As últimas pesquisas mostram uma disputa acirrada, com Romney alcançando a liderança do presidente. De acordo com uma recente pesquisa nacional da RealClearPolitics, Obama lidera as intenções de voto por apenas 1,4% sobre o ex-governador de Massachusetts, que ainda mantêm vantagem em estados-chave.
Um dos momentos cruciais da corrida presidencial foi a divulgação das taxas de desemprego dos Estados Unidos, que subiram em maio pela primeira vez em um ano, para 8,2%, após a criação de 69.000 novos empregos, o menor nível de criação de emprego em doze meses.
Mas enquanto Obama insiste em tratar questões nacionais, suas intenções foram confrontadas com o ataque da equipe de Romney que aproveitou um erro do presidente, que na sexta-feira declarou que o setor privado estava "indo bem".
Os vídeos postados no domingo e na segunda-feira pela equipe de campanha do republicano salientou: "Por acaso já existiu um presidente tão desconectado da classe média?". A equipe de Obama respondeu com um contra-ataque às propostas de Romney: "Ele quer eliminar postos de trabalho dos bombeiros, policiais e professores."