Agência France-Presse
postado em 13/06/2012 11:14
Washington - O presidente americano, Barack Obama, alcançaria facilmente sua reeleição em novembro se as eleições fossem realizadas no Brasil, no Japão ou na Europa, enquanto perderia no México, na China ou nos países muçulmanos, segundo uma pesquisa realizada em 21 países e divulgada nesta quarta-feira (13/6).Depois de entrevistar mais de 26 mil pessoas entre março e abril, o centro independente Pew Research Center concluiu que o nível de aprovação de Obama caiu de forma clara desde que assumiu seu cargo, no início de 2009, e que sua gestão diplomática e econômica é vista com mais desconfiança. Cerca de 72% dos brasileiros acredita que Obama merece a reeleição, em comparação com 35% dos mexicanos. E 43% dos mexicanos acreditam que Obama não merece seguir outros quatro anos na Casa Branca.
[SAIBAMAIS]A luta contra o narcotráfico deixou mais de 50 mil mortos no México nos últimos cinco anos, enquanto os Estados Unidos, o primeiro mercado mundial da droga, apoiaram a política de operações militares do presidente Vicente Calderón. Cinco anos depois, 46% dos mexicanos não confiam no presidente vizinho, uma queda em relação aos 55% que tinham muita ou alguma confiança em 2009.
Esta desconfiança também é majoritária em outros 8 países dos 21 pesquisados. Cerca de 68% dos brasileiros confiam no presidente americano, e acreditam que sua presidência favoreceu em linhas gerais o seu país. Entre os franceses, 92% voltariam a eleger Obama como presidente, a potuação mais alta, contra 7% dos paquistaneses, o índice mais baixo.
Em 11 dos 21 países, a releeição de Obama é considerada positiva, mas a maioria dos pesquisados também veem com muito menos interesse a corrida eleitoral americana em relação a 2008. Obama enfrentará o ex-governador republicano Mitt Romney nas eleições, e as pesquisas dentro dos Estados Unidos mostram que estão quase empatados.
Dos seis países muçulmanos incluídos na pesquisa, a maior parte deles mostra uma atitude fria, às vezes hostil, com o presidente e os Estados Unidos em geral. A pesquisa, cuja primeira edição foi realizada em 2002, constata que "ainda existe uma ampla percepção de que os Estados Unidos agem unilateralmente e não consideram os interesses de outros países", segundo o relatório do centro Pew.
Sob a presidência de Obama, a visão dos Estados Unidos melhorou em relação à de seu antecessor George W. Bush. No México, por exemplo, o nível de aprovação era de 47% em 2008, e de 56% em 2012. Mas nos 14 países que foram avaliados todos os anos desde 2002, 42% acreditam que a China é a primeira potência mundial, contra 36% que têm esta opinião dos Estados Unidos.
Como em anos anteriores, a pesquisa fornece resultados contraditórios sobre a influência americana: 72% dos franceses gostam da cultura deste país, e o mesmo acontece com 69% dos mexicanos ou dos brasileiros. Mas apenas 38% dos franceses gostam da forma de fazer negócios com americanos (45% no caso dos mexicanos).
Nos países muçulmanos, a hostilidade em relação à cultura americana é majoritária. Mas em quatro das seis nações pesquisadas a maioria acredita que o estilo de fazer negócios é bom. A pesquisa do Pew foi realizada em Itália, França, Polônia, Grã-Bretanha, Espanha, República Tcheca, Alemanha, Grécia, Rússia, Líbano, Tunísia, Egito, Turquia, Jordânia, Paquistão, Japão, China, Índia, Brasil e México, além dos Estados Unidos.