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Nativos das Malvinas relembram o 30º aniversário do fim da invasão

Silvio Queiroz, Enviado Especial
postado em 14/06/2012 08:06
Monumento na avenida principal da capital, Stanley, homenageia o 14 de junho de 1982 e exalta

Port Stanley ; Hoje, enquanto a presidente Cristina Kirchner vai ao Comitê de Descolonização das Nações Unidas para reafirmar o pleito da Argentina pela soberania no arquipélago das Malvinas, no extremo sul do Atlântico, os habitantes das Ilhas Falkland ; como eles próprios preferem e fazem questão ; celebram a libertação. É como se referem ao 14 de junho de 1982, quando tropas britânicas entraram na capital do arquipélago (e até hoje a única cidade) e puseram fim a 74 dias de ocupação militar argentina. Neste ano em que o conflito completou 30 anos, e com a data afloram sentimentos fortes de parte a parte, o Legislativo decidiu que é tempo de fazer ouvir a voz dos cerca de 3 mil habitantes: no primeiro semestre do ano que vem, eles responderão em plebiscito se querem continuar a ser um ;território britânico de ultramar autogovernado;.



Passados 30 anos, a guerra com seus mortos ; 649 argentinos, 255 britânicos e três civis kelpers, como são chamados os nativos ; continua sendo um marco, mesmo para a geração na faixa dos 30 anos, que conhece apenas as histórias. ;É uma ironia, mas a invasão (argentina) fez com que o próprio Reino Unido nos enxergasse e investisse no desenvolvimento das Falkland;, comenta Andrew Newman, 40 anos, que trabalha na Aviação Civil. Como dizem os kelpers praticamente em uníssono, a identidade com a herança britânica e uma forte noção de autonomia estão no DNA da autoconsciência coletiva. ;O que nós queremos é fazer ouvir o nosso lado: essa disputa não é apenas sobre um território, mas diz respeito a gente que tem até nove gerações vivendo aqui;, completa Newman.

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