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Malvinas e Reino Unido celebram 30º aniversário do fim da guerra



Embora o governo de Buenos Aires não reconheça os malvinenses, ao considerá-los uma "população implantada", Cameron afirmou na quarta-feira no parlamento que esperava que eles falassem de forma forte e clara nas urnas e que a Argentina ouvisse. Cameron acrescentou nesta quinta-feira que a consulta popular "estabelecerá a escolha definitiva dos ilhéus de uma vez por todas", em um comunicado destinado a lembrar os mortos no campo de batalha e a olhar para o futuro.

"Durante os últimos 180 anos, dez gerações chamaram as ilhas Falkands (denominação britânica das Malvinas) de sua casa e se esforçaram muito para assegurar um futuro próspero para seus filhos. E apesar das agressivas ameaças do outro lado do mar, estão conseguindo", afirmou em uma clara referência à Argentina, país que não citou em nenhum momento. "E assim como defendemos a população das Falklands no passado, seguiremos fazendo isso no futuro", concluiu o primeiro-ministro.

O fim da guerra, que em 74 dias deixou 649 argentinos, 255 britânicos e três ilhéus mortos, é lembrado paralelamente nas ilhas. O secretário de Estado britânico das Relações Exteriores para a América Latina, Jeremy Browne, deve participar nesta quinta-feira de uma missa de ação de graças na catedral de Port Stanley com ex-combatentes e políticos locais.

Após a cerimônia está previsto um desfile de veteranos até o chamado Monumento à Libertação, que deve levar às ruas centenas de ilhéus. Browne, o primeiro membro do governo britânico que visita o arquipélago desde janeiro de 2008, descreveu estes atos como uma mistura de "celebração e comemoração".

O 30; aniversário da guerra esteve marcado por uma escalada de tensão entre Londres e Buenos Aires, e por denúncias argentinas de uma "militarização" britânica da zona do Atlântico Sul e da campanha de exploração pelos possíveis recursos petroleiros das ilhas que várias companhias britânicas realizam em águas das ilhas.

A Argentina conseguiu o apoio de seus vizinhos latino-americanos, mas fracassou quando na última cúpula das Américas tentou somar a sua reivindicação o apoio de Canadá e Estados Unidos, país que nesta semana reiterou sua posição de "neutralidade" na disputa.